Retrospectiva 98

21.12.1998

A moda começa a ter história no Brasil. Em 98, a Fenit e a butique Daslu completaram 40 anos de vida, o costureiro Dener foi tema da biografia “Bordado da Fama” e 2 exposições nos encheram os olhos: as roupas do duque de Windsor na Daslu e as fotos de Mario Testino na Faap. Yves Saint-Laurent comemorou seus 40 anos na moda em grande estilo, com direito a desfile em plena final da Copa do Mundo. E a calça jeans bateu o recorde de durabilidade na moda: chegou aos 125 anos com a etiqueta Levi’s.

A safra local de modelos nunca rendeu tanto. Passarelas internacionais e campanhas publicitárias de luxo usaram e abusaram da beleza brasileira. A top gaúcha Gisele Bündchen de promessa virou realidade, encabeçando a lista das mais mais do mundo: fez de tudo – de campanha do perfume Dolce & Gabbana à capa da revista inglesa “i-D” – e tem muito mais engatilhado para 99, incluindo uma edição especial só para elazinha da revista “Big“. Como Gisele, outros nomes ganharam o mundo: Vanessa Grecca, Fernanda Tavares, Ivan Abujamra, Renata Maciel, Adriana Lima e mais uma dezena que tem tudo para cumprir ótima carreira internacional.

Enquanto as grifes nacionais adubam cautelosamente o terreno internacional (espera-se para 99 boas colheitas), recebemos a visita de vários estilistas de lá. Do decano Paco Rabanne aos jovens Owen Gaster, Xuly Bet, Veronique Leroy e Gilles Rosier, passando pelo poderoso Santo Versace, irmão de Gianni. Todos de olho neste mercado que se expande a cada dia para as grifes importadas: da hypada Gucci à correta Max Mara.

O mundo da moda tremeu 2 vezes: com o cancelamento pela polícia do desfile da Emporio Armani em Paris e com a antecipação do desfile de Helmut Lang em NY, alterando todo o calendário fashion. A exemplo de Prada e Gucci, outras marcas tradicionalmente de acessórios foram bem-sucedidas na investida fashion, como as centenárias Hermès (desenhada agora por Martin Margiela) e Louis Vuitton (desenhada por Marc Jacobs), além da Loewe (por Narciso Rodriguez) e Céline (por Michael Kors). Em Paris, uma das melhores exposições já vistas. Até janeiro, a Fundação Cartier mostra o trabalho único do estilista japonês Issey Miyake.

Lilian Pacce para O Estado de S. Paulo

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