Desde a coleção feminina de primavera-verão 2012, Miuccia Prada parece ter tomado gosto por outras áreas pra além da estética. Se antes a questão central era a diferença entre o bom e o mau gosto e ela confundia a cabeça dos fashionistas com seus desfiles provocadores, agora ela não abandona esse lado, mas parte pra reflexões também no aspecto social. Melhor: no tal do politicamente correto. Na coleção feminina, a pergunta: as mulheres realmente encontraram o seu papel no mundo contemporâneo? Elas estão satisfeitas com suas conquistas? Os estereótipos da mulher submissa ou objeto sexual são passíveis de horror ou… instigam?
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O estudo do poder por Miuccia Prada
Agora, na coleção masculina de outono-inverno 2012/13 apresentada na Semana de Moda Masculina de Milão, outra pergunta: a sede de poder é censurável sempre? As ditaduras são de fato execráveis do ponto de vista dos direitos humanos… mas poderíamos parodiá-las? Ou seria ofensivo? Miuccia opta pela paródia: os looks ficam entre o mafioso italiano e o ditador militar, com direito a distintivo preso no peito, pescoço coberto por golas altas e sobreposições, abotoamento duplo. Nos padrões (há uma profusão), pinta uma enganação: se você chega de pertinho, vê que aquele poá é formado por pequenos capacetes de futebol americano. Aquilo que parece feito de uma lã própria pra alfaiataria é… jeans. Aquele outro material, com uma cara tão fina, é um… algodão. E afinal, isso ali é um casaco ou é um robe?
A confusão continua quando entram homens como Gary Oldman, Adrien Brody, Emile Hirsch (veja na galeria). Eles estão ali como celebridades ou são atores desempenhando um papel na passarela? A 2ª hipótese parece mais confiável, já que Miuccia nunca foi de ceder ao culto de celebs no seu casting (no máximo, tops famosas desfilaram pra ela). Também faz pensar no poder de Hollywood. E o todo faz pensar: poder é cafona hoje em dia? Ou tudo bem desejar ser um magnata? E está certo desejar se vestir como um?
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Profusão de padrões
