Pra brilhar na pista da vida: Bijoux di Buate

29.07.2017

Dias de fervo, dias de glória: você já viu alguém por aí, andando na rua, se acabando na pista ou dando close no Instagram com globos de espelho pendurados na orelha? Essa é a Bijoux di Buate, uma marca de brincos divertidos e babadeiros da Moema Tossin e Danila Bustamante. Moema é jornalista formada e já trabalhou em assessoria de imprensa na área de moda – acabou decidindo que sua praia era mais a parte de estilo e partiu pra uma 2ª graduação, em moda mesmo, na Anhembi Morumbi. Já Danila é videomaker, e na Bijoux ela fica mais com a parte de comunicação e divulgação – o que combina bem, porque ela é fervidíssima! Conversamos com as duas sobre a BdB, que tem um ano mas já faz bastante barulho – confira: 

Como a marca começou?
Danila: A história é maravilhosa, de bafo e lacre! Sempre gostei de babado, da festa, e também sempre fui da posição política, da luta, frequentando as boates com as bi, com todas as cores. E eu fazia meus próprios brincos, bem podrinhos e na brincadeira, tipo pegava alguma coisa na minha mesa, pendurava e ia. E tinha umas disco balls na mesa, que eu usava e as gays piravam. A Moema já tinha uma marca nessa época, a 061 Acessórios, então a chamei pra uma parceria, porque eu não tinha o menor jeito pra fazer sozinha mas queria produzir esse brinco com a disco ball. Ao mesmo tempo eu disse pra Moema que ele precisava segurar o tranco de um bate cabelo, então rolou muita pesquisa. Foram quatro meses batendo o cabelo com o brinco, muita pista, muita bola voando na pista…

Você mesma testava, saindo pra boate com o brinco?!
D: É, e é bate cabelo tipo de drag, não é qualquer tipo, não! A gente diz que o nosso brinco é drag proof! (Risos)

Onde vocês vendem atualmente, além da internet?
Moema: Tem os bazares nos quais a gente participa. E às vezes abrimos o ateliê, tem ocasiões especiais em que alguém quer comprar o brinco pra usar naquela noite mesmo! Tipo “Tenho que bater esse cabelo com esse brinco em nome de Jesus, tem que ser hoje”! Aí a gente dá um jeito da pessoa passar aqui e já levar.

Então é um brinco pra usar à noite?
D: É importante falar que o nosso brinco vai além da noite! Queremos que ele seja usado de dia também. Amamos o glamour da noite mas ele se estende pro cotidiano. Agora, por exemplo, são duas da tarde e estou brilhando da cabeça aos pés! As pessoas perguntam: “Você vai sair assim?” E eu digo: “Vou, de glitter, brincão, tudo isso, ao meio dia em SP!” (Risos)

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Explica esse lado mais politizado, esse bordão de “fervo também é luta” que vocês defendem.
D: A gente oferece o lacre pras pessoas brilharem mais, queremos tonificar ainda mais esse brilho que elas já tem. 
M: Um detalhe engraçado com o brinco Frevo, que é o de fios metálicos, é que muita menina diz que não consegue usar mas a gente insiste. É que elas no fundo querem usar e falta confiança. Aí elas voltam com esse retorno: “Amei, brilhei, minha vida mudou!” E aí pedem de outras cores! (Risos)
D: Quando a gente dá esse espaço pra pessoa, a estimula a usar esse brilho, fazemos com que ela saiba que tem um lugar no mundo, inclusive político, com a cor dela, o cabelo dela. Acrescentamos o brilho. Eu, por exemplo, sou uma pessoa superincomum. Quer dizer, me acho normal, mas tem gente que não acha! (Risos) Consigo circular porque mantenho essa postura política, sei do meu lugar no mundo, inclusive dos meus privilégios; aceito tudo isso, pego a minha liberdade e brilho na pista de dança da vida! O fervo também é luta, e é uma luta cotidiana.

Então é um processo de empoderamento?
D: A gente não gosta de usar a palavra empoderamento porque ela é relacionada a poder, e poder, você sabe… É complicado… Quem tem mais poder… Preferimos usar o lacre, a lacração!

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E como é a produção de vocês?
D: É de pequeno produtor, tudo feito à mão. A gente acredita que esse nosso brilho não vem do contêiner da China!
M: Teve uma vez que um amigo disse: “Que sucesso, daqui a pouco vocês vão fechar contêiner da China”, e a gente disse: “Não! Isso não!” Tenho assistente, a ensino, fazemos tudo; e quando a demanda cresce chamamos mais gente, e eu ensino mais gente!
D: Gerar dinheiro na nossa própria localidade é importante. Temos inúmeras dificuldades mas privilegiamos a economia local. Rolam inspirações de fora pra criação do produto mas estamos em uma realidade brasileira. Praticamos um custo justo, tentamos gerar o mínimo impacto ambiental e valorizamos uma cadeia de produtores daqui. 

Os nomes dos brincos vêm de onde? 
D: Eles são inspirados nessa pista de dança da vida mesmo! Tem um que chama Chorey que simboliza aquele drama: “Tô cagada mas vou reagir e vou usá-lo!”, também tem o Do Tipo: Herdeira, que é um sonho pra todas ser herdeira, né? (Risos) Ele é uma bola de pérola enorme! E também tem o Rumore, que vem da música da Raffaella Carrà, uma artista que tinha uma imagem incrível na década de 70. Toda a nossa linguagem vai por esse caminho.

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Que roupa vocês sugerem pra usar junto com os brincos?
M: Todas! Não tem figurino!
D: Pode ser pelado com brinco! Basta se olhar no espelho e sentir que está linda!

Quem vocês gostariam de ver usando a Bijoux di Buate?
M: A Cher! Né, querido? (Risos) E a Ru Paul! Pode ser dois?
D: É engraçado você perguntar isso, porque há 3 semanas um amigo nosso entregou um brinco da Bijoux di Buate pra Mel C das Spice Girls!!! [Mel C passou pelo Brasil recentemente divulgando seu novo trabalho]

Bijoux di Buate: bijouxdibuate@gmail.com 

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