Terapia de modelo: as pinturas de Nathalie Edenburg

08.02.2015

Nathalie Edenburg, de 22 anos, trabalha como modelo desde os 13. Paralelamente a essa carreira, a mineira desenvolve obras de arte! Em seu atual projeto, o “How I Feel Today”, ela faz intervenções em seus próprios retratos. Além do resultado das obras, que é ótimo, ela tem planos de levar o projeto pra frente com ações sociais e uma exposição no início do ano que vem. A gente conversou com Nathalie pra saber mais sobre seu processo de criação. Abaixo você confere o bate-papo e na galeria um pouco mais da “How Do I Feel Today”!

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O que surgiu primeiro: o interesse pelas artes ou pela moda?
Meu 1º contato com a moda surgiu aos 13 anos por influência da minha mãe. Já o interesse pela arte nasceu comigo, mas comecei a pintar mesmo com 19 anos. O 1º contato com a arte foi através da fotografia, quando comecei a viajar o mundo e registrar as diferentes culturas. Sempre levei a arte comigo por paixão, comecei a experimentar novos materiais e, com a prática, fui amadurecendo o meu traço e desenvolvendo minhas técnicas. Quando viam as obras, muitas pessoas queriam comprar, mas eu tinha um certo apego com elas porque comecei a pintar como uma forma de preencher um vazio dentro de mim – estava viajando quase sempre sozinha, devido ao meu trabalho de modelo…

Quais as técnicas você usa pra pintar?
Sempre gostei muito de aquarela, me fascina o “não controle” sobre esta técnica. Na aquarela é preciso aceitar o erro e deixar a tinta fluir. Depois comecei a me aventurar com a tinta acrílica e a óleo, mas do que gosto mesmo é de experimentar diferentes técnicas e materiais.

Quem são suas maiores referências na arte?
Sem sombra de dúvidas são a delicadeza e romantismo de Gustav Klimt; o domínio da harmonia das cores de Henri Matisse; e o traço solto e desprendido de Picasso. Fora eles, Marc Chagall, Malevich, René Magritte, Antony Gormley, Gauguin e Di Cavalcanti também são grandes referências.

De onde surgiu a ideia pra série “How Do I Feel Today”?
A idéia do projetoHow Do I Feel Today” surgiu de uns testes que fiz quando estava em NY, onde moro. Peguei uma fotografia do meu rosto tirada por Rogério Mesquita e fiz uma intervenção com aquarela. Dali em diante eu e Rogério fomos amadurecendo a ideia e resolvemos que eu começaria o projeto no dia 1 de janeiro de 2015. Dali em diante eu faria uma intervenção diária sobre esta fotografia durante todo o ano. Está sendo um desafio pra mim, mas acredito que estimular a minha criatividade e me dedicar a pintar 30 minutos ou uma hora por dia, todos os dias, me fará muito bem. Além de poder me perguntar todos os dias do ano “como eu me sinto hoje?” e poder me expressar com cores e formas. É como se fosse um diário, só que no lugar de escrever eu pinto.

Você divide seu tempo entre a carreira de modelo e a de artista?
Neste momento o foco está totalmente na minha carreira de modelo, viajo muito a trabalho e sinto que ainda tenho muito a conquistar. Como a arte não é a minha profissão, não tenho pressa pra entrar nesse mercado. Me considero artista, mas artista de alma. E acho que todos nós somos um pouco artistas, com diferentes maneiras de nos expressar através da arte.

Quais os seus planos pro futuro?
O “How Do I Feel Today” já se tornou um projeto social, em que quero incentivar a prática da arte no dia-a-dia das pessoas. A ideia é reverter parte do lucro da venda das obras finais em material artístico pra doação e montar oficinas de arte em instituições de crianças carentes e crianças com câncer. Não só quero incentivar a pintura, como também a prática da arte nas suas diferentes linguagens como dança, escrita, canto etc. No ano de 2016, farei uma grande exposição com as 365 peças – 2015 é um ano de criação. Como estou sempre viajando ,preparei uma pasta com alguns materiais que posso levar pra todos os lugares que vou e assim não perder o ritual de pintar todos os dias.

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