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Laudomia Pucci em conversa com o Blog LP

14.04.2011

Entrevistamos Laudomia Pucci – e sim, Pucci é realmente o sobrenome dela. Mais do que filha de Emilio, ela é vice-presidente e diretora de imagem da grife. Ela fez o lançamento do maxilivro sobre a história da marca no Brasil (“Emilio Pucci“, publicado pela editora Taschen numa edição limitada com apenas 10 mil cópias), abriu a miniexposição com 1o looks Pucci usados por celebridades (Sienna Miller, Drew Barrymore, Halle Berry e Kylie Minogue inclusas), fez as vezes de anfitriã do coquetel que celebrou a abertura da 1ª loja própria da marca no Brasil – e ainda teve tempo de sentar do lado de Blog LP pra uma entrevista! Confira:

Antonia PettaLaudomia Pucci

Esta é a 1ª loja da Pucci no Brasil. Por que escolher o país?
A Pucci chegou ao país através de Madame Rosita, e ficou por aqui ao longo dos anos 60 e 70. Depois, veio a Daslu. E agora a loja. Temos uma grande consideração e uma verdadeira amizade com o Brasil – mas está claro que com a situação econômica do país e a expansão de sua classe média ele se torna um grande jogador no mercado global. Grande, mesmo.

E você, lembra da 1ª vez que veio ao Brasil?
Foi em 1989, acho. Nós, italianos, temos o costume de tirar férias durante um mês inteiro, e me lembro de ter vindo aqui numa dessas situações, pra encontrar com um grande amigo meu que é brasileiro. Ah, como é bom ter um mês inteiro de férias, não? Não é nada como essas viagens de negócios, em que você vai a um país e fica 3 dias. Você tem tempo pra conhecer os cheiros, a gastronomia, o mar, a cultura, as cidades.

Quanto tempo fica aqui?
3 dias [risos].

Os produtos que estão nas araras da loja brasileira são apenas uma parte da coleção. Entre os que estão pendurados agora, quais você acha que vão fazer sucesso com as brasileiras?

O que temos em uma loja da Pucci nunca é o mesmo que temos em outra – o que é lógico, porque a mulher daqui é diferente da que se vê em Tóquio. Então o que fazemos é uma seleção de produtos, que é refinada através de compradores parceiros, já acostumados com o mercado. São eles quem escolhem as cores, os tamanhos. Acho que os looks que vão vender bem aqui são os clássicos; os estampados. Uma mulher disse: “Tem um vestido de renda preta na vitrine, isso não tem nada a ver com a Pucci”. E eu pensei, é claro que tem – e vai vender bem também, pois vejo a brasileira como uma mulher muito elegante, que busca peças especiais.

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Quantas estampas diferentes foram criadas pela Pucci?
Cerca de 25 mil estampas diferentes.

Pra fazer mais vocês revisitam estampas do acervo ou criam a partir do zero?
Nós temos que criar a partir do zero. Sempre. E eu, particularmente, adoro quando uma boa cliente compra uma estampa e não sabe dizer se ela é nova ou antiga.

Como manter a tradição de uma marca e mantê-la atual ao mesmo tempo?
Não sei. Esse é o trabalho do nosso diretor criativo, Peter Dundas [risos]. Mas acredito que você não pode levar uma empresa adiante sem talento, qualquer que seja o caso.

A última coleção desfilada, de outono-inverno 2011/12, apareceu na crítica como uma das mais diferentes dos últimos tempos e foi megaelogiada. Como você vê isso?
Peter criou uma coleção muito luxuosa, muito couture. Os detalhes, os tecidos, o acabamento. Já ouvi a marca ser questionada sobre o que faria numa coleção de inverno, já que é toda colorida e estampada. Bem, Peter juntou o colorido e o estampado com a excelência italiana dos artesãos pra fazer uma coleção sofisticada. Acho que quanto mais tempo você fica com a Pucci, mais ela entra em você – a história, a cidade de Florença, o palazzo onde funciona a sede da empresa. Peter sempre me diz que está criando pra uma princesa – mas que ela é do rock!

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