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Pra onde Harajuku está apontando? Será que é… pra trás?

20.08.2017

Muita gente diz que Harajuku, o bairro mais famoso de Tóquio entre os fashionistas, “morreu”. Realmente não se vê mais tantas lolitas e decoras (duas subculturas do local, bem características) pela rua, e duas das publicações que mais divulgavam o streetstyle jovem japonês, “Fruits” e “Kera“, pararam de ser impressas. Mas o fundador da “Fruits”, Shoichi Aoki, estranhamente segue tirando fotos dos estilosos do bairro; e a “Kera”, que é bem focada em gothic & lolita, continua em versão online. E uma espécie de “concorrente” da “Kera”, “Melt Magazine“, acabou de ser lançada em julho!

Um mash-up que você não esperava: são as lolitas mulçumanas

Então será que dá pra falar que Harajuku “morreu”, sendo que lojas que existiam muito antes dessas subculturas mais conhecidas aparecerem como Milk (inaugurada em 1970 e hoje considerada uma das pioneiras das lolitas) e Cream Soda (de 1967, com forte apelo rockabilly combinando com os dançarinos de domingo do parque Yoyogi ali pertinho) continuam firmes e fortes? Será que na verdade é a moda que está mudando pra outro lugar que as pessoas ainda não conseguiram identificar muito bem? Os rapazes se aventuram cada vez mais na mistura de esporte e streetwear, com toques retrô à, adivinha, Gosha Rubchinskiy, e redescobrem marcas (teve a vez da Fila, da Champion, e agora eles surpreendentemente têm amado Comme des Garçons, Yohji Yamamoto e Undercover como há muito tempo não acontecia!). Mas e as meninas?

Veja também: a nova marca de Yohji Yamamoto abriu em Harajuku

Existe no ar um clima de nova subcultura surgindo e essa, talvez, seja muito menos exótica pros nossos olhos do que os decoras multicoloridos e cheios de badulaques. É que o nosso olhar se treinou, de alguma maneira, pra essa estética, via… seriados de heróis nipônicos tipo Ultraman. É que as novas fashionistas de Harajuku fazem uma versão mais colorida da era Showa (que vai dos anos 30 até o final dos 80), que funciona tanto como uma continuidade da decora (um pouquinho mais clean, é verdade) com um styling à Disney Channel e também como uma resposta japonesa ao trabalho de Alessandro Michele na Gucci e suas influências. Resumindo: uma mistura de brechó com peças novas em ar bem divertido; cores superfortes mezzo lisérgico mezzo color blocking; acessórios de resina, plástico ou esmaltados; referências ao próprio Japão tradicional em estampas e bordados (mas recontextualizadas). Na galeria a gente fez todo o trabalho pra você: de fotos de meninas que começam a despontar como novos ícones do streetstyle nipônico à referências Showa (tipo famosas como Momoe Yamaguchi e a dupla Pink Lady) e lojas que já existem no Japão como Starblinc, Wego e o brechó The Other. Clica na foto pra acessar e se inspirar!

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