Em 2010 estive com ele no lançamento do livro “Pierre Cardin – 60 Ans de Création”, no Maxim’s de Paris
O estilista Pierre Cardin morreu aos 98 anos em Paris nesta terça-feira, 29/12. Cardin é um dos maiores expoentes da moda do século 20. Nascido em 2/07/1922 na Itália, migrou para França com a família durante a Primeira Guerra Mundial. Depois de trabalhar alguns anos como assistente de Christian Dior, abriu sua própria marca em 1950,chacoalhando o mundo da alta-costura e apostando no início do prêt-à-porter. Vestiu de Jacqueline Kennedy aos Beatles, passando por Lady Gaga, Dionne Warwick, Alice Cooper e Jeanne Moreau, com quem teve um affair.
Cardin criou o estilo futurista (“Space Age“) e dizia que suas roupas na verdade eram esculturas que as mulheres vestiam. De fato, ele sempre trabalhou com formas geométricas e muito limpas. Além disso, mudou o modelo de negócio da moda de luxo licenciando cerca de 900 produtos mundo afora (de sorvete a carro e avião) – no Brasil foi representado pela Vila Romana a partir de 1970 e esteve várias vezes aqui. Nessas ocasiões tive a oportunidade de entrevistá-lo várias vezes, a primeira delas para a “Folha de S. Paulo” em 1987. Vale a pena ler de novo aqui e a última, em 2011 aqui.
Conjuntos de jérsei de 1971 de Cardin
Cardin também desenhava móveis e objetos, amava arquitetura e teatro (como ator e produtor, e comprou o Espace Cardin, fechado em 2016), levou o icônico restaurante Maxim’s de Paris para várias cidades do mundo (incluindo o Rio de Janeiro). Em 2019 lançou o documentário sobre sua vida, “House of Cardin“. A marca agora fica sob comando de seu sobrinho neto Rodrigo Basilicati Cardin, que já trabalhava com ele.
Cardin inovou nos acessórios também, como em óculos e colar de vinil de 1970
