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Kenzo: a história

24.08.2010

Kenzo Takada nasceu em fevereiro de 1939 em Himeji, no Japão. Com o pós-guerra, teve uma infância, segundo o próprio, muito negra: “Um breu total. Minha juventude se resumiu a estudar para os vestibulares e ir ao cinema.” Ele tinha 2 irmãs mais velhas e nessa época era comum que elas aprendessem prendas domésticas – elas se especializaram em corte e costura e começaram a circular revistas de moda pela casa. Não demorou pra Kenzo se interessar pelo assunto.

O estilista chegou a começar uma faculdade em Kobe, perto de Himeji, mas acabou indo pra hoje tradicional Bunka, a escola de moda mais famosa do Japão. Lá, ele ganhou o prêmio SO-EN em 1960 com um look que hoje ele reconhece que tinha grande influência de Pierre Cardin, e assim começou a ganhar projeção. Conseguiu um bom emprego, comprou um apartamento em 1964 e, com as Olimpíadas no Japão, eles teve que ceder o terreno para construções – em troca de um bom dinheiro. Com o capital ele foi para Paris de navio!

Foi a 1ª vez que Kenzo saiu do Japão e também foi uma viagem que se tornou muito importante para sua imagem de marca, hoje conhecida por ter um lado étnico muito forte. Durante esse 1 mês ele conheceu Hong Kong, Saigon, Sri Lanka, Mombaim, Barcelona… Tudo isso acabou aparecendo em suas coleções autorais depois.

Chegando em Paris, fez Aliança Francesa (não sabia uma palavra da língua) e depois de um tempo decidiu tentar mostrar um croqui na Louis Féraud. A mulher dele o atendeu e comprou 5 croquis dele. Isso bastou pra Kenzo ficar estimulado – acabou conseguindo um emprego na área de moda. Por volta de 1969, percebeu que sua turma do Bunka começou a abrir pequenas butiques próprias. Ele decidiu que também era sua hora e conseguiu um espaço dentro da Galerie Vivienne. Pra inauguração da batizada Jungle Jap, convidou jornalistas e em 1970, fez-se a história: era seu 1º desfile, e um vestido com estampa típica japonesa dessa coleção foi parar 2 meses depois na capa da “Elle” francesa.

Outros fatos sobre Kenzo:

. O estilista é megaimportante nos desfiles que vemos hoje por causa… da própria estrutura do desfile! Foi ele que começou a chamar modelos publicitárias no lugar das manequins de alta-costura, colocou música e deixou um clima mais descontraído. E bota descontraído nisso: as modelos sorriam, conversavam, pulavam, rodopiavam e até fumavam na sua passarela!

. A partir de 73, Kenzo fez um desfile coletivo com Dorothée Bis e Chantal Thomass. Esse foi o embrião da semana de prêt-à-porter. A partir de 1975, o trio se uniu a Yves Saint Laurent, Dior, Ungaro, Givenchy, Sonia Rykiel e Chloé (na época com Karl Lagerfeld) e a Semana de Moda de Paris começou a existir como é hoje, com o calendário de desfiles organizado e unido em alguns dias.

. Até 75, ele seguiu pesquisando o quimono e outros elementos da cultura do seu país natal, e a partir daí também começou a usar os outros países pelos quais tinha passado, como a China.

. Sabe quem desfilou pela 1ª vez pro Kenzo? Jerry Hall, a ex de Mick Jagger!

. Nos anos 80, Kenzo começou a se lançar no mercado de fragrâncias. Hoje em dia, muita gente conhece seu nome por causa desse negócio: são pelo menos 12 perfumes lançados, entre masculinos e femininos.

. Desde 1993 a marca Kenzo, incluindo os perfumes, é do grupo LVMH. Desde 1999 o estilista se afastou da grife e hoje ele se dedica à pintura (expôs seus trabalhos nesse ano em Paris) e tentou lançar uma linha de homewear (hoje ela não está mais em produção).

. Uma vidente disse pra Kenzo, antes de tudo isso acontecer, que seu nome seria famoso mundialmente. Todo mundo achou engraçado…

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