Hubert de Givenchy morre aos 91 anos

12.03.2018

No sábado, 10/03, o mundo fashion perdeu um de seus símbolos. Hubert de Givenchy, o fundador da maison que leva seu nome e que hoje conta com o estilo assinado por Clare Waight Keller, morreu aos 91 anos.

Seu nome ficou reconhecido internacionalmente via um ícone fashion: Audrey Hepburn, que ele conheceu antes das filmagens de “Sabrina“. Na trama, a personagem de Audrey (que dá nome ao longa) volta de Paris bem sofisticada, e precisa de um figurino à altura pra simbolizar isso. A atriz deu um balé na superfigurinista Edith Head e foi dar uma olhada nos novos nomes de Paris. Monsieur Givenchy, por sua vez, quando ouvir que a mademoiselle Hepburn ia visitá-lo, achou que ia encontrar… Katharine Hepburn, que já era uma superestrela de Hollywood na época. Deparou-se com Audrey, e nascia uma parceria que a transformaria num mito da elegância: Hubert não só a vestiu em diversos filmes como também fora das telonas. “As roupas dele são as únicas nas quais sou eu mesma. Ele é muito mais que um costureiro, ele é um criador de personalidade”, a atriz viria a declarar. Ah, o figurino de “Sabrina” ganhou o Oscar, mas quem subiu pra pegá-lo e agradecer… foi Head. E ela nem citou Hubert!

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Nascido em Beauvais, Hubert se mudou pra Paris aos 17 anos pra estudar na École des Beaux-Arts. A primeira casa de alta-costura na qual trabalhou foi a de Jacques Fath, e em Lucien Lelong esteve lado a lado com outros dois grandes nomes que também viriam a abrir casas próprias posteriormente: Christian Dior e Pierre Balmain. Mas o trabalho em que mais se desenvolveu nesses primeiros anos foi na Schiaparelli, de 1947 a 1951. Um dos mais jovens estilistas de Paris, abriu a maison Givenchy com 25 aninhos! E o primeiro grande hit foi a blusa Bettina, cheia de babados na manga, em homenagem à top da época, Bettina Graziani. Dois anos depois, em 1954, ele lançava uma linha de prêt-à-porter de luxo.

E sabe de quem Hubert era melhor amigo? Cristóbal Balenciaga. Quando Cristóbal se aposentou de maneira um tanto abrupta, aliás, Hubert herdou várias de suas clientes – Mona von Bismarck, por exemplo. Era ele quem cuidava da Balenciaga Foundation e do acervo. “Balenciaga era minha religião”, disse uma vez.

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O estilista se aposentou das passarelas em 1995 (confira o último desfile no YouTube). Um pouco antes, em 1988, o grupo LVMH adquiriu a divisão de moda. A divisão de perfumes ficou por um tempo com a Veuve Clicquot, mas hoje tudo (inclusive o champanhe em si) faz parte do LVMH! Em vida, Hubert viu sua marca passar pela mão de 5 criadores: John Galliano, Alexander McQueen, Julien Macdonald, Riccardo Tisci e Keller. Segundo Philippe Venet, o marido de Hubert, ele morreu enquanto dormia. A marca que ele fundou soltou uma declaração oficial: “A casa Givenchy está triste em comunicar a morte do fundador Hubert de Givenchy, uma grande personalidade do mundo da alta-costura francesa e um cavalheiro que simbolizou a elegância parisiense por mais de meio século. Ele vai fazer uma falta imensa”. RIP.

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