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Balanço do Fashion Rio primavera-verão 2010/11

08.06.2010

O Fashion Rio para primavera-verão 2010/11 teve duas boas estreias. Uma, na verdade, é reestreia: a British Colony, de Maxime Perelmuter, que começou no evento, foi pro SPFW e saiu das passarelas em 2006. Maxime é filho de Georges Henri, um dos grandes nomes da moda nos 80. E neste período sabático, fora do circuito, parece que ele resolveu suas questões edipianas e pôde resgatar a elegância e sofisticação da marca do pai, imprimindo suas digitais com olhar moderno. A marca do surfista cresceu. A proposta é de uma alfaiataria desconstruída, que brinca com pedaços da camisa do smoking ou do paletó num clima minimalista e tropical, em branco e tons suaves de azul, verde e coral, com uma ou outra estampa.

Márcio Madeira/First Viewbritish-colony-ver-11-liliaBritish Colony primavera-verão 2010/11

A estreia em si é da Triya, marca do trio Isabela Frugiuele, Bebel Fioravanti e Carla Franco, que havia desfilado no primeiro Rio Summer, em 2008. De lá pra cá, sua moda praia também cresceu. A África pauta as cores e o clima selvagem da coleção, com tigrados, cores acesas e contrastantes, rasgos e fendas em maiôs reveladores, com perfume punk. Bom também o tricô de tecido em maxipontos – bem adequado para o calor.

Márcio Madeira/First Viewtriya-ver-11-lilian-pacceTriya primavera-verão 2010/11

E se as marcas mais tradicionais do line-up foram bem mas não surpreenderam tanto (como Salinas, Lenny, Blue Man, Graça Ottoni e Isabela Capeto), o olhar fashionista pousa nos jovens Melk Z-Da e Lucas Nascimento. O primeiro é de Pernambuco e tem evoluído a cada estação com o uso de materiais inusitados, geralmente “pobres”, que ele transforma em grandes peças e lindos bordados. Desta vez, a base de sua coleção é aquela tela usada com tapete de banheiro, antiderrapante ou jogo americano, sabe? Sem medo de arriscar volumes e modelagens, Melk (que na verdade se chama Melk Zedec) alia conceito e sofisticação – fato ressaltado ainda mais pelo espírito comercial dominante no evento.

Márcio Madeira/First Viewmelk-zda-ver-11-lilian-paccMelk Z-Da primavera-verão 2010/11

Já Lucas Nascimento, que é de Mato Grosso do Sul e mora em Londres, é especialista em tricô. Em seu 2º desfile, ele traz uma malha leve que oscila entre um visual hi-tech (tricô com cara de náilon) e orgânico (como o jacquard de madeira). Plissados passeiam pela silhueta slim, que é arrematada por óculos de leitura “alinhavados”, em formato meia-lua, e o sapato que promete invadir as ruas: o clog, ou seja, aquele salto de madeira que surgiu na temporada de verão européia.

Márcio Madeira/First Viewlucas-nascimento-ver-11-lilLucas Nascimento primavera-verão 2010/11

Chifom, seda, cetim e organza foram alguns dos tecidos escolhidos para receber os bordados que fazem o DNA da mineira Printing. A versão mais light para o verão favoreceu o trabalho da marca, que conquistou espaço entre as 5 melhores apresentações da temporada carioca. Veja mais na seção Desfiles!

Lilian Pacce, especial para o “Estado de S.Paulo” em 6/06/10, colaborou Jorge Wakabara

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