Designer explica o uniforme da seleção brasileira pra Copa

24.11.2013

A Nike armou megaevento no Rio pra apresentar oficialmente a camisa que a seleção brasileira vai usar na próxima Copa do Mundo. Ronaldo Fenômeno aprovou, o técnico Felipão sentiu falta da “6ª estrela que precisamos colocar!” e Luiz Gustavo foi o modelo vestindo o novo look, gerando comentário do Fenômeno: “Acho que não cabe mais em mim”, brincou.

O homem por trás da novidade cheia de tecnologia é Martin Lotti, vice-presidente de design de futebol da Nike, e Blog LP conversou com ele depois do lançamento. “Criar o kit pro Brasil numa Copa sediada aqui é nosso grande sonho desde que a Nike começou a patrocinar a seleção, há 20 anos”. O kit citado por ele, formado por camisa, short e meia, começou a ser produzido há 3 anos: “Começamos com o desenvolvimento de tecidos, que exige tempo. É um tipo de tecido que tem o toque de algodão, mas tem os benefícios do sintético, pra unir o melhor dos dois mundos. Quando falamos com os jogadores, eles falaram em duas coisas: uma foi ‘o amarelo é tudo’ e a segunda foi ‘o escudo é tudo’. Então adicionamos o dourado no escudo, que literalmente os eleva aos heróis. Não é nada muito trabalhado neste aspecto do design, ele é contido – pra valorizar a cor e o escudo. Eu chamo isto de simplicidade complexa. Simplicidade de longe, e quando você chega perto, descobre os detalhes: as texturas, estrutura, os detalhes criados por Bruno Big“.

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Bruno Big preparou duas surpresas no avesso da camisa: na altura da nuca, um desenho estilizado de um canário, uma homenagem à seleção canarinho; e o verso do escudo é bordado com a frase “Nascido para jogar futebol“. E é no avesso que dá pra entender melhor a engenharia de ventilação pra manter a temperatura corporal. Além do Dri-Fit, existem furos à laser da axila até o quadril. O tecido é uma mescla de algodão com poliéster reciclado: cada camisa tem o equivalente a 18 garrafas PET e no total foram usadas 2 bilhões de garrafas, com produção totalmente brasileira. A modelagem é mais justa, feita em cima das medidas de cada um dos jogadores, que tiveram seus corpos escaneados no processo. E a bermuda também vem mais próxima do corpo.

Aproveitamos e perguntamos pro Martin sobre a evolução das bermudas, que antes eram shorts, mais curtos e justos. Por que elas mudaram, afinal? “Foi uma questão de estilo. Os jogadores pediam shorts cada vez mais longos, bermudas mesmo. E também por conta da proteção. Você pode observar que as meias, por exemplo, são usadas acima dos joelhos, cada vez fechando mais a perna. Mas pra essas bermudas funcionarem melhor nós as deixamos mais ajustadas, se adaptando bastante ao corpo, pra seguir os movimentos dos jogadores, sempre protegendo também”.

E qual é o futuro em tecnologia esportiva, Martin? “Ah, isso eu ainda não posso falar. Vocês verão em alguns meses!”. E ele termina com unanimidade, enchendo a bola do Brasil no futebol: “Ter o Ronaldo hoje conosco foi incrível. Ele é um dos meus heróis. O mais bonito em relação à seleção brasileira é que ela é o segundo time de todo mundo”. O uniforme já chegou, só falta sair a escalação oficial – e que venha a Copa!

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