Por dentro da expô “David Bowie Is…”

25.03.2013

A retrospectiva “David Bowie Is” que inaugurou nesse sábado, 23/03, no Victoria & Albert Museum de Londres, é de cair o queixo. Faltam adjetivos pra descrever esse verdadeiro show iconográfico. Ela encerra em 11/08 e a boa nova é que os brasileiros vão poder se deliciar com a exposição a partir de janeiro do ano que vem – a confirmação vem de Kathryn Johnson, que trabalhou ao lado dos curadores Victoria Brockes e Geoffrey Marsh durante a pré-estreia pra imprensa. Blog LP já tinha adiantado pra você: a cidade escolhida é SP e o local é o MIS.

É visível que a dupla de curadores trabalhou em sintonia fina ao garimpar um total de 300 objetos no Arquivo David Bowie, baseado em NY. Tem de tudo um pouco: objetos pessoais, storyboards, figurinos originais, fotografias, filmes, letras de canções escritas à mão, instrumentos musicais, vídeos e até o diário dele. E os figurinos, como é de se esperar, são um show à parte. São 60 no total. Logo na entrada está o original do andrógino e sexual Ziggy Stardust, desenhado em 1972 por Freddie Burretti em parceria com Bowie. Atrás desse icônico terno minimalista, inspirado na adaptação de “Laranja Mecânica” de Stanley Kubrick, é projetado o vídeo de 1972 da derradeira performance de “Starmen” no programa britânico “Top of the Tops”. As telas colocadas nas laterais, teto e chão dão a impressão de que você está em um sonho em 3D.

Fashionistas contam o que vestiriam num encontro com o cantor

Cada item e detalhe propõe uma viagem imersiva e ajuda a mostrar como o artista influenciou e foi influenciado por movimentos mais amplos em design, arte e cultura contemporânea. Os figurinos sem dúvida fazem parte da história da moda – você pode ver ao vivo extravagantes modelos criados pelo designer japonês Kansai Yamamoto pra turnê “Alladin Sane” de 1973, por exemplo. Destaque pro icônico Tokyo Popmacacão em vinil preto usado por Bowie na turnê e eternizado nas fotografias de Masayoshi Sukita que também são apresentadas no V&A.

Não tem como não falar da vitrine da era glam rock dos anos 70. Ela aparece, por exemplo, no macacão teia de aranha em preto e dourado, desenhado por Natasha Korillof em 1973 e eternizado em fotos do lendário Mick Rock. Outro figurino que não é da fase glam mas é cheio de brilho e não poderia faltar é o icônico Blue Clown, o Pierrot. Em tecido azul metálico, também é assinado por Natasha e aparece na capa do álbum “Scary Monster (and Super Creeps)” de 1980 e no emblemático vídeo de “Ashes to Ashes“, dirigido por David Malet.

Ainda na pegada das roupas, a alfaiataria aparece como a cereja do bolo. Um dos pontos altos é o terno setentinha azul piscina superacinturado, com ombreiras e calça dobrada na barra, assinado por Burretti. O charme fica por conta da gravata em lamê dourado com bolinhas azuis e listras em vermelho e branco. Usado por Bowie no vídeo de 1973 “Life on Mars“, esse terno teve um momento revival em 2003, quando Kate Moss apareceu usando-o na “Vogue” UK em clique de Nick Knight. Boatos do mundo fashion: de tão justo, o terno teve que ser alargado na cintura pra caber em Kate! Entre os figurinos mais recentes estão o casaco Union Jack desenhado por Alexander McQueen e Bowie pra capa do álbum e a turnê “Earthling“, de 1997; e o sóbrio terno de seda azul petróleo assinado por Hedi Slimane pra Dior Homme que o cantor vestiu em sua turnê “Heathen“, em 2002. Quem tiver a oportunidade de ver tudo isso de perto, corra: é imperdível!

Keli Lynn Boop, infohunter do Blog LP direto de Londres

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