Biquíni novo pro verão: Salga

28.01.2015

A dica veio de Thomaz Azulay, ex-estilista da Blue Man, e Blog LP foi atrás: a Salga é das mais novas marcas de moda praia do Brasil. Ela foi criada por Amanda Engler, nascida em Ilhabela, que estudou moda no Senac em SP e foi morar no Rio, onde trabalhou na Animale e na Blue Man (daí a ligação com Thomaz). Nessa última, ela começou a colocar em prática sua paixão por biquínis. E é na capital carioca que funciona a Salga, fruto de muita mão na massa por parte de Amanda, que fez tudo sozinha. “Só não costurei, o resto todo eu que fiz”, conta ela em entrevista pra gente – olha só:

Como a marca começou? 
Eu trabalhava na Blue Man e a empresa estava passando por algumas mudanças, então comecei a traçar um plano B. Saí e comecei a Salga em maio de 2014. No processo pra tudo ficar tudo pronto, ela saiu mesmo em dezembro. Me formei com uma coleção de moda praia em 2010 e desde então fiquei com isso guardado. Sempre gostei de biquíni e me achei; tem muito a ver com meu universo e sempre pensei que, se um dia fosse ter um negócio próprio, não poderia ser com roupas porque não temos essa tradição no Brasil. O que é um produto brasileiro? Biquíni. É o que a gente exporta – e quero explorar isso mais pra frente.

Quais eram suas referências de moda praia quando você morava em Ilhabela?
Quando era mais nova adorava Cia Marítima, na época da Track & Field. E Blue Man também, porque tinha uma franquia lá. Como sempre gostei de moda e biquínis, sempre ia nas lojas.

Veja mais: Acompanhe a série de novos biquínis aqui

Onde a gente pode encontrar os biquínis?
Vou lançar o e-commerce semana que vem. Atualmente vendemos em uma multimarcas em Paraty (a Nêga) e em Ilhabela, numa pop-up store num clube de praia. Enquanto isso as pessoas começaram a pedir muito através do Instagram e eu abri vendas por Whatsapp. No Rio, tenho participado de bazares. Vai ter o Coletivo Carandaí nos dias 30 e 31/01, no Jardim Botânico.

Qual foi a maior dificuldade que você encontrou enquanto criava a marca?
A maior dificuldade é fazer absolutamente tudo sozinha. Desenhei estampas – com exceção de uma que uma designer amiga fez e outras duas de uma artista plástica, mas editei – e são todas exclusivas. Sou compradora de matéria-prima, estilista, comprei domínio, fiz o site, estou montando o e-commerce. Como tive experiência dentro de empresas, sei como é o processo e tentei fazer tudo bem fechadinho, mas fiz tudo eu mesma, pra não gastar tanto, porque sai muito dinheiro nesta fase. Só não terceirizei a confecção.

Quem é o seu público?
A mulher que idealizei são as minhas amigas, pessoas com quem convivo, do Rio, Ilhabela, SP… A marca é pensada pra um público de 25 a 35 anos que gosta de praia. Tem uma coisa bem comercial, com lacinho, cortininha, tomara-que-caia, mas também uma parte mais diferente que leva em conta o fato de que a moda praia está cada vez mais invadindo a rua e vice-versa. Mas tenho recebido pedidos de mulheres de todos os estilos.

Qual é a faixa de preço das peças?
São todas avulsas, e as partes separadas ficam entre R$ 70 e R$ 90. Tentei segurar o preço ao máximo, mas sem comprometer a qualidade. Só trabalhei com Rosset, tecelagem da Lenny, Cia Marítima, Salinas, e estamparia digital, que é mais cara, mas a mais recomendada, porque tem boa durabilidade, não desbota. É a técnica em que todas as grandes marcas trabalham e que se usa na Blue Man. Tentei comprar tudo do melhor, porque biquíni não tem jeito: você está só com aquilo; se usar 3 vezes na água do mar e acabar… Minha ideia é que dure bastante.

No que você se inspira na hora de criar? Quais são suas referências?
Uma celebridade com certeza é a Brigitte Bardot, meu ícone vintage. E basicamente peças que a gente acha em brechó, entre anos 60 e 70… Instagram é uma ferramenta que uso basicamente pra fazer pesquisa, sigo milhares de marcas de biquíni e brechós gringos. As pessoas comentam que a Salga ficou com uma cara retrô e eu mesma gosto muito de brechós, então ela também abrange esse público.

E qual é o diferencial da marca em relação as outras?
Quero que a qualidade seja um ponto da minha marca. E que daqui um tempo o forro estampado seja uma marca registrada. Ele é estampado como se fosse um poá mas são peixes, minha logomarca. Reparei que nas feiras em que participei todo mundo pega e comenta, acha lindo.

Você pretende fazer quantas coleções por anos?
A ideia é seguir coleções, fazendo primavera-verão e outono-inverno.

Qual foi sua aposta pra este verão?
Me guiei muito pelo que acho bonito e foquei muito em estampa, foram dois meses trabalhando só nelas. Pra maioria das pessoas, a 1ª coisa que chama a atenção é a estampa, só depois vem o design. Tem flores, joias, conchas. Fui pedindo opinião de quem está de fora, porque não tinha ninguém pra trabalhar comigo e essa troca é importante. No fim batizei a coleção de “Me leva pra nadar“, uma música do Holger que ouvi bastante.

Todo mundo ama estampa, mas ao mesmo tempo alguns modelos viram hit. Você se preocupou em incluir isso na coleção?
Sim, tem calcinha franzidabody trabalhado no ombro com a própria lycra e outro com alcinha amarrada nas costas com um jeito diferente… Tem top inteiro, mais fechadão, hot pant. Cada vez mais as meninas estão deixando o lacinho de lado e tem muita gente pedindo parte de baixo maior. O fio dental está ficando obsoleto e dando lugar pra um biquíni mais comportadinho. E fiz muito liso também, porque por mais que a estampa tenha essa força, tenho amigas em SP que gostam de uma coisa mais sóbria, mas têm dificuldade de encontrar.

Qual é o modelo queridinho das clientes?
O top inteiro, o Mer, com certeza. Já preciso mandar fazer mais, porque todo mundo leva, antes mesmo de começar o e-commerce! Estou supersurpresa, está sendo ótimo. E acho que ele vende bem porque também dá pra colocar com saião, pantalona…

Salga: (21) 96965-7574

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