Biquíni novo pro verão: Haight

30.01.2015

Marcella Franklin é carioca, formada em Design Gráfico, ex-estilista da Ausländer e apaixonada por biquíni. Criou a Haight no ano passado, investindo numa moda praia versátil inspirada em elementos do surfe e mergulho. A etiqueta aposta em silhuetas minimalistas, materiais como neoprene e modelagens retrô – que fazem a cabeça das cariocas descoladas. Blog LP conversou com Marcella pra saber mais – confere a entrevista abaixo e depois clica na galeria pra ver as criações!

Veja também: os biquínis de Salga, a dica de Thomaz Azulay!

Como você começou a trabalhar com moda?
Sou carioca e vim de um colégio católico, onde se falava em vestibular desde a 5ª série. Filha de pais engenheiros e boa aluna em Ciências Exatas, cresci com a certeza de que seguiria a carreira tradicional da família. Até que, no dia da inscrição do vestibular, a paixão pelo desenho e pela criação falou mais alto: “- Pai, me inscrevi em Design. – Design? E quem trabalha com isso, faz o quê?” (risos). Hoje sou formada em Design Gráfico pela PUC-Rio, mas sempre estive ligada na moda. Na adolescência, mandava fazer peças que eu gostaria de ter e não encontrava no mercado por aqui. As amigas vinham perguntar onde comprei e eu pedia pra costureira fazer mais 4 ou 5 peças iguais. Lembro que no meu 1º estágio numa agência de publicidade, ficava mergulhada nos sites e blogs de moda e não parava de desenhar no tempo ocioso. E sempre ouvia da equipe: “Vai estudar moda, menina! Olha esses desenhos! É isso que você gosta de verdade!” Foi então que, durante a faculdade, resolvi colocar a mão na massa pra ganhar uma certa experiência: criei uma coleçãozinha com uma amiga, pra vendermos durante as férias. Fizemos uma página no Facebook com fotos das peças e logo ela atingiu mais de 1.000 fãs e muitas encomendas! Foi aí que o Cadinho [Ricardo Brautigan] viu minhas peças e me chamou pra estagiar no estilo da Ausländer. De estagiária, virei assistente e logo depois estilista da marca. Fiquei na marca durante 3 anos e foi uma verdadeira escola pra mim. Por ser uma empresa pequena, tive a oportunidade de desenvolver diversas linhas de produtos como tecido plano, malha, tricô e claro, beachwear.

Como a Haight começou?
Cresci na praia e sempre colecionei biquínis dos mais variados lugares. Adorava fazer combinações diferentes e principalmente usar peças vintages, compradas em brechós – a famosa hot pant, que agora aparece na moda praia carioca, já está no meu armário há alguns anos. Durante os 3 anos em que trabalhei no estilo feminino da Ausländer, tive oportunidade de fazer parcerias com diversas marcas. Em uma delas, eu e minha dupla do estilo, Erika Toscano, tivemos a honra de desenvolver peças de beachwear pro desfile em parceria com Lenny Niemeyer. A Lenny sempre foi referência pra mim, tanto como criadora quanto em relação à qualidade dos produtos. Foi aí que a minha paixão por beachwear aumentou ainda mais! E eu podia desenvolver peças com shapes diferenciados pra passarela, com o suporte, know how e a estrutura de uma empresa como aquela. O que mais poderia querer, né? [Risos] Quando sai da Ausländer, desenvolvi uma coleção de moda praia autoral, com referência em roupas de mergulho e de surfe. Com apoio e estímulo de amigos, a coleção acabou ganhando ponto de venda no Leblon e em Botafogo antes mesmo de ficar pronta. Depois de lançada, teve um retorno muito positivo. Foi então que um grande amigo me propôs uma sociedade e, em maio de 2014, abrimos a nossa Haight!

Onde a gente pode encontrar os biquínis da marca?
Hoje a Haight tem 6 pontos de venda no Rio: Void General Store (Leblon e Barra), Casa Ipanema, QGuai, +Brands e OSON (que também atende online e é uma plataforma temporária enquanto nosso e-commerce não está pronto). E vendemos na Enfit, uma multimarca em Santiago, no Chile, que possui em sua curadoria algumas marcas brasileiras como a Lenny.

Qual foi a maior dificuldade que você encontrou ao ter uma marca de beachwear?
A mão de obra pra moda praia é muito específica e bem difícil de encontrar. Como cada etapa do processo de produção exige um primor no desenvolvimento pra chegar a um produto de alta qualidade, a maioria das marcas de beachwear brasileiras ainda precisa terceirizar sua produção. Por isso, as grandes fábricas, em sua maioria, exigem uma quantidade mínima de produção bem alta. Este é o maior desafio pra uma marca pequena! Tive a sorte de conseguir uma exceção pra minha quantidade em duas das melhores fábricas cariocas. Mas o preço de custo acaba ficando sempre bem mais alto. E assim funciona pra cada etapa do processo – desde a compra da matéria-prima, até o processo de estamparia e a confecção da peça.

Veja também: o tie-dye dos biquínis da Galpão51!

Quem é o seu público?
Desenho pra uma mulher global, atualizada e moderna. Uma mulher que usa o que gosta, mesmo que não seja uma peça tão convencional. A minha moda praia é atípica em relação à maioria do mercado carioca deste segmento. Modelagens e shapes diferenciados dão versatilidade às peças, que podem ser utilizadas em diversos ambientes além do mar. Então, minhas clientes são, na grande maioria, interessadas por moda e despreocupadas pra usar o que gostam, mesmo que seja uma peça mais conceitual, na orla carioca.

Você vende mais pra cariocas? Tem diferença da consumidora do Rio pra de outros lugares do Brasil?
Sem dúvida, minhas peças são projetadas pra atender um aspecto da cultura carioca. A menina do Rio sai da praia, vai almoçar com as amigas, emenda em um barzinho e algumas vezes acaba parando em uma festa. Nossas peças permitem uma versatilidade de local, situação e ocasião. Um biquíni que pode ser usado como top, um maiô que vira blusa, ou até uma peça de neoprene pra stand up acaba sendo a roupa escolhida pra noite. Mas temos tido uma grande procura em outras capitais, como SP e Porto Alegre. Buscam as peças da Haight pra ficarem bem vestidas e modernas mesmo no calor, em festas diurnas, passeios de barco etc.

Qual é a faixa de preço das peças?
Nosso preço vai de R$ 150 (peças de modelagens mais simples) até R$ 320 (de recortes e materiais diferenciados).

Veja também: a moda praia de Marta Reis, pupila de David Azulay!

Qual é o diferencial da Haight em relação às outras marcas?
O conceito da nossa 1ª coleção,”Terra Salgada”, representa perfeitamente uma das principais características da marca: a mistura de Terra x Mar e de Natureza x Cidade é um dos aspectos mais fascinantes da cidade em que vivemos. Pensando por este lado, nossas peças refletem esta transição: modelagens urbanas são levadas às praias, materiais e tecidos de esportes aquáticos aparecem em peças pra noite. Além disso, temos uma grande preocupação com mobilidade e bem-estar. Por esse motivo, as matérias-primas são escolhidas e as formas de acabamento são determinadas pra atender essas características, trazendo conforto e buscando a valorização dos tipos de corpo da mulher brasileira. E nossas peças não tem costura rebatida, que valoriza o caimento e evita marcações indesejáveis.

Qual é o modelo queridinho das clientes?
Sem dúvidas o nosso maiô Cava, de decote fechado na frente e calcinha comportada no estilo anos 60. A peça é sofisticada mas abusa dos decotes laterais, que se revelam com o movimento. Esse mistério faz um grande sucesso com as clientes!

Tem alguma novidade da Haight pra contar pra gente?
Temos uma novidade incrível vindo por aí! Mas como ainda não está confirmado, ainda não posso falar. Adianto que é uma parceria com uma marca bem bacana!

Haight: contato@haight.com.br

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