Felipe Simão explica nova fase da Ausländer

26.03.2015

A Ausländer passa por mudanças e a maior delas foi comunicada pelo próprio fundador da marca, Ricardo Bräutigam, que anunciou sua saída com um texto no Facebook em janeiro deste ano. Na época, Cadinho (como é conhecido) avisou que continuaria com seus projetos musicais como DJ e produtor de festas e anunciou a abertura da Restinga, sua barraca na praia de Ipanema, perto do posto 10. No final, ele dizia que a etiqueta continuaria, mas não deu mais detalhes da nova operação, que seria tocada por seu sócio, Felipe Simão (cuja família é dona da Toulon), em parceria com a Limits, de Márcio Duek.

Felipe entrou na Ausländer em 2011, quando comprou a cota do grupo Animale-Farm, e é ele quem conta as mudanças da marca pra gente:

Por que o Cadinho saiu?
Nestes 4 anos de sociedade a gente teve uma ótima convivência, mas chegou um momento que tínhamos pensamentos diferentes com relação ao futuro. Como os namoros, este acabou chegando ao fim e eu continuei na empresa.

Você comprou a parte dele?
Sim, comprei a parte do grupo Animale-Farm antes e agora a dele.

E qual é sua visão pro futuro da Ausländer?
É uma marca com uma força muito grande, que poucas marcas têm, mas faltava uma parte estrutural, administrativa, e uma vontade de realmente fazer dela algo de porte, se preocupar com as coisas que vão torná-la uma empresa estruturada. A gente sempre fez muitos eventos, mas muita gente que frequentava nem sabia que éramos uma marca de roupa.

As festas da Ausländer sempre foram disputadas – elas vão continuar?
Vamos continuar a fazer os eventos que sempre fizemos. As festas pós-desfile, o Halloween, festival de música… Mas agora de forma estruturada, pra promover a marca e não simplesmente fazer oba-oba.

Qual é a diferença que o cliente vai sentir?
A gente está com uma coleção que nunca vi a Ausländer ter. Nunca tivemos uma equipe tão forte, com um produto tão bom, muito por conta dos profissionais que estão com a gente. O Lisandro Landell e a Maria Cecília Saad saíram da Reserva recentemente e acabei trazendo pra equipe. São duas pessoas geniais que conhecem muito de produto. Nosso diretor criativo é o Evans Queiroz, ex-Osklen e responsável por toda a mudança de comunicação da Reserva. É muito bacana, porque agora toda esta parte de comunicação e branding está feita de forma consolidada com o nosso produto – não são coisas soltas. A Ausländer está mais unificada, preocupada, mais profissional, pronta pra ser uma empresa consolidada no mercado de moda e não simplesmente uma empresa que faz festinha.

Veja também: ex-Ausländer lança marca de moda praia

E como entra a Limits nesta nova fase?
O Márcio (Duek, dono da Limits) é grande amigo meu e a gente conversava muito sobre o mercado, as oportunidades comerciais… Nesta nova fase sem o Cadinho eu estava negociando com um grupo grande e quando conversei sobre isto com o Márcio ele sugeriu da gente unir as forças. Acabei achando melhor me juntar a ele por essa afinidade que a gente já tinha e que eu tenho percebido cada vez mais que é muito importante numa sociedade. Eles hoje têm 25 lojas no Brasil todo, é um grupo forte no comercial, com uma logística muito boa. A loja da Ausländer no Shopping Leblon continua, pretendemos abrir uma outra e vamos ter corners dentro dessas lojas da Limits, mostrando que fazemos parte do mesmo grupo e ao mesmo tempo temos identidades bem definidas. Fazemos feminino e eles não, então o cliente que entrar na loja da Limits vai conhecer nosso produto, vai ter um cheiro específico pra Ausländer, a arara vai ter a nossa cara, teremos estação de música pra pessoa vivenciar o ambiente. A gente acredita muito neste modelo novo de experiência dentro da loja.

Então a Ausländer será vendida dentro das lojas da Limits no Brasil todo?
Isso. Queremos aproveitar esses espaços e acabamos ganhando um volume de compras e produção bem interessante. Antes era só pra uma loja, agora são 25. Pra negociar com fornecedor ajuda muito. Com esta união, os custos diminuem e uma marca acaba acrescentando o que tem de bom pra outra. Todo mundo melhora. A estrutura comercial e a logística da Ausländer agora é a mesma da Limits, mas as equipes de estilo não se misturam. Ao mesmo tempo vamos continuar um projeto de expansão de lojas próprias e um trabalho de franquias. Estamos trabalhando muito forte pras vendas no atacado e apostando muito neste produto que a gente nunca teve, numa fase em que o direcionamento está muito mais focado e profissional.

Quando a marca começa a ser vendida dentro da Limits?
A gente já vai colocar um cheirinho do que vem por aí agora pro inverno, com um mix de produto menor englobando só o feminino pra dar uma ideia de como vai ser. E entramos com tudo na coleção de verão que chega em agosto.

E desfiles estão nos planos?
Sempre desfilamos, mas o Fashion Rio este ano não vai acontecer, está tudo muito incerto. O plano é continuar participando das temporadas, mas temos a pretensão de ir pro SPFW ainda este ano, nos desfiles de inverno.

Mais novidades?
Estamos focando muito em estampa, que é forte na marca, e queremos montar uma estamparia dentro da loja, pro cliente escolher uma camiseta ou levar de casa e fazer intervenções na hora. Também vamos retomar nossa parceria com a Disney (e expandir também pra Limits) e relançar o e-commerce, que entra no próximo mês bem mais fortalecido. No fim do ano vou trazer pro Brasil a Bucket Feet, marca de tênis americana, que vai ser vendida dentro da Limits.

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