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Andrej Pejic fala a verdade pro Blog LP!

04.06.2011

Andrej Pejic vai desfilar para a Ausländer. Esta é uma frase que poderia servir para todos os outros modelos do casting, não fosse o fato de que ele entra na passarela com um look feminino e um masculino. É que, aos 19 anos, o modelo sérvio é a definição que a indústria fashion tem para androginia atualmente. Ele chegou no Brasil faz 2 dias, foi jantar na rua Farme de Almoedo (que ele chamou de “gay district”) e depois deu um pulo na Le Boy. “Achei muito exótico”, disse. A mãe dele havia dito que o Rio é uma cidade de fantasias e ele esperava muita praia, sol e corpos à mostra, com pessoas usando biquínis e sungas na rua (pra falar a verdade, ficou um pouco decepcionado porque está chovendo e frio). Mais na entrevista pro Blog LP.

Como era ser andrógino antes de fazer parte da turminha da moda?
Me deixa feliz ser assim. Eu sempre precisei ser do jeito que eu sou agora, me sentir confortável na minha própria pele. Acho que sou abençoado, que me deram algo que me possibilita parecer com isso.

Então o que mudou é que agora você ganha dinheiro com isso?
Exato [risos]!

Já foi um problema?
Cresci em Melbourne, na Austrália, e sempre há partes mais conservadoras dentro de uma sociedade. Estudei num colégio bom, mas não morava na melhor área. Apesar disso, não me lembro de nada ter sido traumático. Com o passar do tempo você ganha mais confiança; eu acho que fiquei mais sociável e fiz mais amigos depois disso.

Por acaso, nós vimos você indo ao banheiro e você entrou no feminino, que estava sem fila. Tira vantagem de ser andrógino também?
Ah, ir ao banheiro feminino é algo que eu faço sempre, porque quando vou ao masculino as pessoas me olham com uma cara de “cai fora”. É que eu não quero ter que explicar o que está acontecendo cada vez que vou fazer xixi [risos]. Sobre tirar vantagem, sim, às vezes – mas eu não abuso. [Pausa] Pensando bem, vou começar…

E quando é ao contrário: você escolhe se parecer mais com um homem pra fazer uma determinada coisa?
Em qualquer outra indústria se você for homem e não se parecer com um homem, não terá emprego. É a realidade. Pode ser uma desvantagem. Mas como eu estou nessa indústria, tudo bem!

Como você entrou na moda?
Eu estava colhendo frutas na fazenda da minha tia.

Mentira!
Verdade [risos]! Era 2009, um representante de uma agência estava passando e me deu seu cartão, fui lá, terminei o colegial e fui pra Europa. Meu primeiro trabalho foi a capa de uma revista indie australiana que se chama “Oyster”. Eu acho que editoriais funcionam melhor pra mim, pelo menos foi assim desde o começo.

Mas daí pra virar amiguinho do Jean Paul Gaultier foi como?
Tudo aconteceu muito rápido. Fiz os desfiles masculinos em Paris em 2010, tinha um book forte e comecei a aumentá-lo cada vez mais.

Você tá gostando?
Estou muito feliz. Especialmente que agora está se tornando uma via financeira [risos].

E você tá namorando?
No momento, estou bastante solteiro. Mas eu viajo muito, conheço muita gente. Se acontecer… Me diz quem é que não quer amor?

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