Você já ouviu falar do Alan Crocetti? Ele é um designer brasileiro que tem chamado bastante a atenção dos fashionistas de Londres! Alan é de BH e se formou em moda na UFMG, depois foi pra Inglaterra estudar na Central Saint Martins e sua coleção de graduação, de joias, acabou rendendo! As peças apareceram na Semana de Moda Masculina de Londres no desfile de primavera-verão 2014 de Bobby Abley e agora, em setembro, elas começam a ser vendidas no Dover Street Market. Blog LP conversou com Alan – confira a entrevista abaixo e depois clica na galeria pra ver as fotos!
Você fez um curso de moda no Brasil e outro na Central Saint Martins. Como você acha que o ensino lá é diferente daqui?
No Brasil acho tudo mais técnico e didático. Universidade no Brasil é como a família brasileira, o filho só sai de casa quando se casa, já “instruído”. Enquanto na CSM você tem uma certa liberdade de expressão e de recursos, como se em vez de assistir o mar pela televisão você mergulhasse de cabeça e o explorasse. O aluno tem que se virar e aprender meio que sozinho ao mesmo tempo. Na verdade eu sempre disse que seria ótimo se ambos os ensinos se intercalassem, seria um ótimo equilíbrio.
Você acha que Londres oferece boas oportunidades pra novos estilistas?
Londres é um ótimo lugar pra se criar e tem sempre muita gente criativa, com vontade e disposição pra trabalhar e colaborar. Colaboração é essencial pra qualquer pessoa a fim de se aprimorar e se integrar no mercado. E Londres não tem um formato pré-estabelecido. Antes de seguir tendências ela dita, a diversidade é sempre bem vista. Nesse aspecto, a cidade acolhe bem os novos estilistas, criadores em geral.
Por que joalheria masculina?
O mercado masculino é escasso. O homem não é assim tão forte e simples como sempre foi retratado – na verdade há uma distinta falta de sensibilidade a respeito disso. Pra mim, produzo joias e elas vêm em tamanhos masculinos.
Onde você busca inspiração pras suas peças?
Gosto de uma simplicidade impactante, então tudo ao meu redor é referência. A minha coleção atual Fixation envolve o conceito de fixações e obsessões, quebras e reparos. Eu estava muito inspirado pela maneira imprudente de viver com paixão (como na cultura do skate), pelas salas de emergência e pelo filme “Clube da Luta” de David Fincher.
Qual a sensação de ter seu trabalho apresentado em uma semana de moda?
Aconteceu tão rápido que só tive a oportunidade de digerir tudo um dia após a exposição. A sensação é de que estou fazendo a coisa certa, que é isso o que quero pra mim, que me faz feliz. Sou eternamente grato ao Fashion East (plataforma que me lançou) e ao conselho de moda britânico, por acreditarem em mim.
Você tem algum plano de trazer os modelos pra vender aqui no Brasil?
Com certeza! Recebo muitas mensagens de brasileiros que gostam do meu trabalho e me seguem no Instagram da marca (@alancrocetti). Seria realmente muito gratificante poder ver minhas joias sendo vendidas e usadas no Brasil!
