Categorias: Moda

A ilha da Amapô por Mallu Magalhães

20.06.2011

Olha aí mais um texto da repórter especial do Blog LP, Mallu Magalhães, no SPFW! Dessa vez, ela comenta o desfile da Amapô, confira:

Nunca tinha visto Amapô ao vivo, e acho que dei sorte na minha estreia, pois o desfile foi, de fato, uma experiência bonita. Ao som da terceira faixa do lado A daquele disco histórico de 74 de Bob Marley & the Wailers, brilhou, ao fundo, uma paisagem de cores fortes e vibrantes, num tecido leve que trazia um coqueiro e umas gaivotas. O efeito transportou todos ao universo da coleção e arrancou aplausos. E entrou a primeira modelo balançando um vestido que mais parecia aquelas sedas pintadas à mão, cortado e abotoado sem simetria.

Mallu MagalhãesAmapô por Mallu Magalhães

Depois de passar um homem com chapéu e sapatos transparentes com detalhes em amarelo, e uma camisa bonita listrada de branco e bege, veio a primeira moça de laço gigante na cabeça. Mais tarde, começaram a surgir as camisas e vestidos de uma espécie de tela rígida cru e branco, parecida com aquela que usamos para bordar com linha grossa. Os moldes destes, ao contrário dos outros tecidos, eram retos, simétricos, acertivos e complicados. Ainda passaram por crochê que, com seus quadradinhos azul-marinho de borda branca, faziam as peças com alguns quadradinhos sem nada, como janelinhas, que davam uma leveza interessante à essas peças de linhas.

Achei interessante ver as faixas marcando a cintura masculina, como aquelas faixas tradicionais dos japoneses e seus quimonos. Os looks mistruravam tudo isso, pouca vezes passava algum de um tecido ou técnica só. Acho que essa mistura dava, ao desfile, uma sensação de que os modelos vinham de alguma ilha distante, colorida e livre, onde tem aqueles pássaros e animais que a gente nem sabia que existia.

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