Roberto Badin: moda em still, com vida

07.11.2012

Roberto Badin foi o único fotógrafo brasileiro da exposição “Lady Dior As Seen By”, que convidou vários artistas a reinterpretarem a icônica bolsa da marca. Autodidata, começou a fotografar com filme, o que aumentou sua atenção na técnica. O resultado? Trabalhos pra marcas como Dior, Yves Saint Laurent e Prada, sempre com um olhar meio cinematográfico e focado em still life (tipo um still com pegada natureza morta). Blog LP conversou com o fotógrafo, radicado em Paris, sobre sua carreira – confira abaixo e veja as fotos na galeria clicando na imagem acima!

Como se deu a mudança Brasil/França?
Antes de ir para França, já havia morado em NY e em Buenos Aires. Cheguei em Paris no final da década de 80 e tive a oportunidade de trabalhar em projetos superinteressantes com grandes nomes da fotografia de moda.No início dos anos 90 já estava clicando pra capas de revistas francesas e internacionais, mas ainda não tinha me dedicado ao still life. Ele só começou a me interessar alguns anos mais tarde, quando trabalhei pra marcas de joias, cosméticos e acessórios de moda.

Muitas de suas fotos parecem ter inspiração cinematográfica. Isso é proposital?
Proposital ou intencional, não sei, o que posso dizer é que as minhas imagens têm certamente um aspecto narrativo. Procuro sempre expressar emoções através das imagens que realizo.

Quais são seus diretores preferidos?
David Lynch, Federico Fellini, Emir Kusturica, Stanley Kubrick, Jean-Pierre Melville, irmãos Cohen e Brian De Palma, entre outros.

O que te inspira?
O estilista inglês Paul Smith disse algo que se encaixa perfeitamente no que penso: “Podemos achar inspiração em tudo”!

Como surgiu o convite pra participar da exposição Lady Dior? 
Já cliquei várias campanhas internacionais pra Christian Dior. No final de 2011, após um projeto onde cliquei as fotos e realizei o filme pro catálogo de calçados, fui convidado pra participar do projeto “Lady Dior As Seen By”, onde me deram carta branca pra interpretar a mítica bolsa Lady Dior. A minha proposta foi uma imagem que poderia narrar uma história, uma emoção, como uma cena de um filme. O resultado foi incrivel e hoje a minha imagem está ao lado de outros grandes artistas internacionais. A exposição ja foi apresentada em Xangai e Tóquio, e deve ir a outras capitais mundiais.

Com quais marcas gostaria de trabalhar? 
Todas as marcas são interessantes, tudo depende do projeto. Gosto tanto de trabalhar com marcas de moda e luxo quanto realizar projetos para Adidas, Chivas, Nestlé ou McDonald’s. Também já colaborei em projetos humanitários pra Anistia Internacional e Reporters Sans Frontières, porque a vida não é feita só de brilho. O que me interessa em still life é mais life do que still.

Tags:                  

Compartilhar