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O algodão colorido da Paraíba

29.05.2011

A Paraíba está recuperando a força que teve há decadas com o plantio de algodão. E muito desta retomada tem a ver com uma pesquisa conduzida pela Embrapa desde os anos 80, que resultou no que hoje é conhecido como algodão colorido, que cresce nos campos agrícolas da região desde o fim dos anos 90. Ele leva esse nome por causa da mistura genética que faz com que as sementes dêem frutos com 4 tipos de coloração natural – verde, marrom, off white e rubi – que possibilitam um produto final que passa longe dos processos químicos e poluentes de tingimento.

Quem explicou as etapas pro Blog LP foi Maysa Gadelha, a presidente da Coopnatural/Natural Fashion, cooperativa de Campina Grande, que encabeçou a inserção do produto no mercado paraibano. “Nós começamos na Fenit, em 2000, numa tentativa de viabilizar as confecções da cidade. A Embrapa forneceu as fibras do algodão colorido e desenvolvemos uma coleção com o Senai que foi bem recebida na feira. A partir de então, começamos a organizar toda a cadeia produtiva, que vai desde o plantio do algodão colorido, que é orgânico, até o produto final, passando pelo descaroçamento, fiação e tecelagem”.

O algodão colorido não é novidade: incas, paquistaneses e egípcios conheciam técnicas pra produzi-lo por volta de 2.500 a.C., mas a fibra era muito frágil pra aguentar o tecimento dos fios. Com o aprimoramento da mistura de genes de diversos tipos de algodoeiros, hoje é possível fazer com o algodão colorido tudo o que se pode fazer com esse tipo de fibra, com a vantagem de pular o tingimento, uma das piores etapas da produção têxtil pro meio ambiente.

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Pra sair do campo pra vitrine das lojas, o algodão passa por uma série de cooperados da Natural Fashion, que transformam as fibras em roupas, objetos de decoração, brinquedos e acessórios. “Nós temos uma estilista dentro da instituição, que desenvolve coleções com a nossa etiqueta, e o resto fica a cargo de artesãos e confecções. É a 2ª vez que participamos do Fashion Business pra apresentar nosso trabalho – queremos mostrar que é possível desenvolver coleções perfeitamente comerciais com o algodão colorido pra indústria da moda começar de fato um caminho sustentável“, lembrou Maysa.

Pra conhecer os produtos da cooperativa, Blog LP indica uma visita ao site oficial, não sem antes ver um pouco do que eles levaram pro estande carioca na galeria!

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