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Silvana Mello, agulha e linha sobre tela

27.03.2010

Com agulha e linha de costura nas mãos, o que Silvana Mello faz… não é roupa! Mas tudo bem – quando Blog LP viu um quadro bordado no acervo da galeria Choque Cultural, em SP, não pode deixar de ir atrás da pessoa que havia deixado sua assinatura nele! Confira o portfólio:

Antes de se tornar uma artista plástica, Silvana nasceu no sul do Brasil, trabalhou como vendedora de loja, assistente e depois tatuadora num estúdio, vendendo camisetas que estampava com silk-screen. Foi ilustradora para revistas mil e ajudante na equipe de estilo da Cavalera, entre outras funções – ou seja, tem um sangue fashion na veia. Mas foi entre os amigos que começou a distribuir as obras que pintava e que, mais tarde, ganhariam outros suportes (vide as telas bordadas!). E de onde é que elas saíram? “Meio que do nada. Precisava fazer alguma coisa pra uma exposição com temática feminista e era o material que tinha em casa. Desenhei e fiz três bordados sobre uma cambraia acetinada branca“, ela conta. “É a coisa mais sem técnica. Não sei bordar. Desenho e vou preenchendo com linha de costura ou de bordado”, revela, mostrando que sua arte é experimental na execução. Pra Silvana, isso é vestígio de quando era punk e fazia suas próprias roupas – “rasgava aqui, botava fogo ali” – e tinha que fazer isso com total separação de teoria e prática. A temática de sua obra, no entanto, tem pouco ou nada a ver com o que se espera de bordados: há uma certa agressividade embutida em cada ponto e nó que ela dá nas telas, que aparece em figuras (quase sempre carregadas da estética dos anúncios da década de 50) ou frases, que chegam a lembrar de longe o trabalho de Leonilson.

A artista já está com mais projetos: “Estou fazendo algumas pinturinhas no papel da revista adventista dos anos 1960 “Amiguinho“, que vão pra uma exposição em maio na galeria Needles & Pens, em São Francisco”. Mais de Silvana Mello? Na galeria!

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