Da Antuérpia, na Bélgica, que Alexandra Verschueren saiu e completou sua formação fashion na Royal Academy of Fine Arts (a mesma escola de onde saíram coleguinhas como Martin Margiela e Anne Demeulemeester). Alexandra Verschueren é a vencedora do prêmio de moda do Festival Internacional de Moda & Fotografia de Hyères de 2010. Tirando os 15.000 euros, ela levou consigo ao sair de lá um nome no qual a moda vai ter que prestar mais atenção. Na entrevista exclusiva que Blog LP fez com ela, há algumas razões.
Como descrever sua moda?
Eu ainda não sabei descrever meu estilo. O que é certo é que eu definitivamente gosto de geometria; coisas conceituais, mas que se mantenham usáveis. Essa é a parte mais importante; eu não quero fazer coleções esculturais que não dá para vestir. Meu intuito é criar roupas interessantes nas quais você possa viver dentro, com ideia por trás.
Quais são as técnicas/materiais que você está usando mais?
Eu tentei tratar o tecido como se fosse papel. Plissando, cortando e dobrando o tecido manualmente e depois desenhando nele. Eu apliquei técnicas de dobraduras que encontrei na arquitetura dos origamis japoneses e, assim, fomas pouco usuais apareceram, sem que eu tivesse a intenção de fazê-las. O papel também me permitiu fazer todo o tipo de estampa, como manchas de tinta em lenços de papel, os primeiros traços de uma criança em seus desenhos, e as linhas azuis de cadernos de anotação (tudo feito à mão). O tratamento de meus tecidos é consequência do conceito, que veio depois de ver o trabalho do artista alemão Thomas Demand. Ele recria objetos da vida cotidiana em papel e depois os fotografa.
O que você vai fazer com os 15.000 euros do prêmio que ganhou?
Não sei exatamente o que vou fazer com o dinheiro ainda, mas com certeza vai ser um investimento no meu futuro como estilista. Vou dar um passo pra trás e reavaliar meus próximos passos, existem tantas opções.
