Categorias: Portfolio

Adolfo Leirner, de médico a fotógrafo

01.08.2009

Engenheiro formado pelo ITA (aos 22 anos!) e médico pela USP (aos 43), Adolfo Leirner poderia ser considerado, à primeira vista, a ovelha negra da família. Afinal, foi o único que não seguiu uma carreira nas artes. Seu pai, Isai Leirner, foi diretor do Museu de Arte Moderna de SP e fundador da Galeria de Arte da Folha e do Prêmio Leirner de Arte Contemporânea. Sua mãe, Felícia, é escultora. A irmã, Giselda, é desenhista e escritora. Já o irmão, Nelson, é pintor, desenhista, cenógrafo e professor. Sua sobrinha, Sheila, duas vezes curadora da Bienal de Artes de SP e crítica de arte… Todos reconhecidos, premiados e famosos em suas áreas.

Mas reconhecimento e prêmios não é algo que tenha faltado na vida de Adolfo, não. Aos 73 anos, ele é professor livre docente da USP na área de cardiologia e tem no seu currículo a autoria do primeiro coração artificial do Brasil, além da direção do trabalho que vai fazer o ventrículo para crianças. Em fevereiro de 2009, se aposentou no cargo de diretor do Centro de Tecnologia Biomédica do Incor. Foi aí que a veia artística da família começou a falar mais alto. “Eu fotografo desde os 15 anos. Mas, quando eu fui pra S. José dos Campos fazer faculdade, fui deixando a fotografia de lado”, conta Adolfo em sua biblioteca repleta de livros de arte, além de obras, fotografias e quadros. É ali que hoje ele passa grande parte do seu dia, entretido com sua ferramenta favorita: o Photoshop. “Por ser engenheiro, tenho facilidade em mexer com o programa. Às vezes, passo o dia no computador, fazendo uma pintura com o Photoshop”, conta.

E o trabalho dele é mesmo de pintor. Tanto que, entre suas séries preferidas, estão fotografias de imagens religiosas, que são pintadas e bastante modificadas digitalmente. “Faço muitas experimentações”, comenta. Além de fotografias de santos, Adolfo conta que gosta de fotografar suas viagens, sempre procurando um lado mais gráfico na composição. Seu olhar é colorido, misturando formas geométricas e sinuosas. “Já tenho um acervo de mais de mil fotografias, mas ainda não expus. Alguns amigos estão começando a ver meu trabalho”, explica esse novíssimo artista, que pretende viver agora de arte: “Minha idéia é fazer mesmo da arte uma profissão”. E a família de artistas, o que pensa dessa nova empreitada? “Os irmãos são paupiteiros, mas eu faço o que bem entendo”.

Tags:        

Compartilhar