O consumo consciente é mais velho e mais feminino

27.07.2018

O Instituto Akatu é uma ONG que trabalha pró-consumo consciente. Eles têm feito pesquisas constantemente a respeito da evolução da consciência socioambiental do consumidor brasileiro e lançaram nessa semana a pesquisa de 2018. A amostra é composta de 1.090 pessoas, homens e mulheres, com mais de 16 anos e de todas as classes sociais distribuídas por 12 capitais e regiões metropolitanas de todo o país, entrevistadas entre 9/03 e 2/04. E ela constatou coisas bem interessantes, viu? A gente destaca algumas:

. Parece que as pessoas se interessam cada vez mais por produtos mais sustentáveis? Pois é verdade mesmo: de 2012 pra cá, houve um avanço de 6% (de 32 pra 38%) de consumidores que eram indiferentes a essa questão e agora estão mais ligados. Mas o número de consumidores que realmente estão mais engajados ainda é pequeno: apenas 24%.

. O segmento de consumidores que já são mais conscientes tem um perfil: é composto por mais mulheres. Outra característica interessante é que a faixa de idade de 65 anos ou mais é superconsciente (24%), atrás apenas da geração X (de 35 a 49 anos, 34%). 

. Quanto maior a escolaridade e a mais alta a classe social, maior o grau de consumo consciente. Isso quer dizer que o desafio das marcas e empresas que prezam pela sustentabilidade é atrair mais homens, gente mais jovem (surpreendente, né?) e pessoas com menos estudo e menos dinheiro.

. Aliás, dinheiro move o mundo mesmo: ações que são conscientes mas que também são econômicas seguem sendo as com maior adesão do pessoal. Desligar lâmpadas, fechar torneiras e desligar eletrônicos quando não estiver usando-os, por exemplo, ou deixar esfriar alimentos antes de colocá-los na geladeira

. Além disso, o preço dos produtos sustentáveis segue como barreira principal: as pessoas justificam a escolha por outros porque o sustentável era mais caro.

. Mas a compra de produtos com material reciclado e de orgânicos, nem que seja só de vez em quando, cresceu! Os reciclados foram de 29 pra 48% em relação a 2012, e a de orgânicos de 23 pra 48% no mesmo período. E cresceu também o desejo por uma alimentação mais saudável!

. Apenas 68% dos entrevistados já ouviram falar sobre sustentabilidade. E 61% não sabe dizer o que é um produto sustentável. As maiores barreiras pra adesão de quem ainda não tem hábitos de consumo sustentáveis são a necessidade de esforço (como busca de informação sobre os impactos ambientais e sociais ou a mudança de hábitos da pessoa e da família) e a desconfiança sobre a efetividade dessa adesão (tipo “não adianta se as empresas e o governo não fazem a parte deles” ou “o produto não tem o mesmo desempenho ou durabilidade”). 

O resultado completo da pesquisa Akatu 2018 está aqui nesse link, pra quem se interessou!

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