2º dia de discussão no Move!: sinergia criativa!

14.03.2013

O 2º painel do Move! teve como tema “Sinergia Criativa“, falando justamente sobre artistas e estilistas criando juntos nessa troca entre arte e moda. A mediação ficou por conta da Lilian, que teve como convidados Cecilia Dean e David Colman, organizadores do projeto, mais Ryan McNamara, o artista de “Pose” (performance em colaboração com Oskar Metsavath e Diane von Furstenberg), e Maurício Ianês, que está com Alexandre Herchcovitch em “Ligatura”.

Moda é arte? Veja a discussão do 1º dia de painel!

Cecilia e David começaram contando da forma que o Move! começou, lá no MoMA PS1 em 2010, e de como ele se transformou pra vir pra cá. Em NY o evento era mais fechado, com horários agendados pra participação e apenas dois dias de duração; já aqui, diz Cecilia, “nós quisemos fazer tudo aberto pra participação do público, porque percebemos que as performances mais bem-sucedidas eram as que os visitantes se envolviam ativamente, não só como observadores. A ideia é que o Move! seja uma experiência pras pessoas.”.

Com isso em mente, Ryan McNamara trouxe uma performance em que fotografa pessoas com peças da DVF e da Osklen e transforma as imagens em uma grande estampa através de colagens, invertendo o fluxo do processo de criação. Mas essa não é a 1ª vez que ele trabalha com moda – em 2010, ele foi convidado pela Louis Vuitton pra transformar o monograma e a bolsa da marca de alguma forma. Ryan contou da dificuldade de trabalhar com uma grande organização como a LV – ele ressaltou que, diferente de Murakami, ele não trabalhou com Marc Jacobs e sim com a empresa. No fim, suas ideias foram barradas. “Teve um momento que estava em uma conferência com a Vuitton de Paris, a Vuitton de NY e pessoas da ‘Vogue‘, todos dizendo que eu não podia realizar minha performance. No fim, precisei mudar minha ideia inicial e apresentei uma outra coisa, onde lambi bolsas da grife por 3 horas, até transformá-las de maneira invisível.”. Há boatos, inclusive, de que essas bolsas sumiram de circulação… Mas será que elas não estariam mais valorizadas, já que “viraram” obras de arte?

E a pauta virou essa: Maurício Ianês questiona o valor agregado a moda e arte em sua performance. O artista troca peças feitas por Alexandre Herchcovitch com os participantes. “Uma das coisas que quero falar é sobre essa obsessão que as pessoas têm por peças grifadas. Tem gente que participa do trabalho sem nem olhar pra minha cara, já vai direto pegando o casaco que o Alexandre costurou”, brinca. E as trocas têm algum critério? “Cada um me dá o que quer, mas a regra é sempre que alguma coisa da pessoa fique e que ela leve outra. Isso foi uma coisa que o Alexandre quis mudar conforme o trabalho foi acontecendo, porque ele vê que as pessoas não fazem trocas equivalentes. E ele tem essa cabeça de business também – teve um caso, por exemplo, de trocarem uma calça de cashmere que ele fez por um elástico de cabelo. Mas o que eu quero dizer aqui é que o valor do que é criado na performance é o mesmo das roupas que as pessoas trazem, não tem essa diferenciação…”. E aí, qual é a sua opinião?

Essa foi a última mesa de discussão, mas o Move! rola até o dia 19/03 – e todo mundo pode participar! Confira aqui a programação completa – e veja mais imagens na nossa galeria!

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