10 cinebiografias sobre mulheres negras e empoderadas que você precisa assistir!

03.07.2020

Foto Divulgação

Janelle Monáe, Taraji Henson e Octavia Spencer interpretam as “Estrelas Além do Tempo”, primeiras cientistas negras a trabalhar na Nasa

Os recentes casos de racismo escancarado, tanto no Brasil como nos Estados Unidos e outros lugares do mundo, colocaram o racismo estrutural em pauta, mostrando a urgência de combater o preconceito e dar espaço e voz a essas narrativas que foram por tanto tempo apagadas e silenciadas.

Pensando nisso, escolhi alguns filmes e uma série que contam histórias reais e inspiradoras sobre mulheres negras, pioneiras e empoderadas. Difícil dizer qual o melhor! Afinal, desconstruir nossos preconceitos não é tarefa fácil, mas é necessária. E pra isso, precisamos ter contato com outras realidades diferentes da nossa.

O primeiro da lista é “Estrelas Além do Tempo” (2016, disponível no iTunes e no Google Play), com direção de Theodore Melfi. Baseado em fatos reais, conta a história de três mulheres negras cientistas que trabalham na Nasa nos anos 1960 e foram fundamentais nos avanços tecnológicos durante a Guerra Fria e a corrida espacial. Num período em que o preconceito e a segregação racial eram considerados “normais”, Katharine Johnson (Taraji P. Henson), Dorothy Vaughan (Octavia Spencer) e Mary Jackson (Janelle Monáe) são praticamente as únicas mulheres negras da empresa – e mudaram o curso da história.

Oprah Winfrey e Rose Byrne estrelam o filme “A Vida Imortal de Henrietta Lacks”, da HBO

Já o filme “A Vida Imortal de Henrietta Lacks” (2017, na HBO), dirigido por George Wolfe, conta a história da mãe de Deborah Lacks (Oprah Winfrey), que morreu devido a câncer no colo do útero. Suas células tinham um comportamento fora da curva e viraram objeto de pesquisa da Universidade Johns Hopkins. Graças a elas, a medicina descobriu medicamentos para doenças como poliomielite, leucemia e mal de Parkinson, além da cura por células-tronco. Porém, o nome de Henrietta Lacks permaneceu apagado da história, e é isso que Deborah Lacks e a jornalista científica Rebecca Skloot (Rose Byrne) pretendem trazer à tona. O filme se baseia no livro homônimo de Skloot, um best-seller publicado em 2010.

Aqui a verdadeira Roxanne Shanté, famosa nos anos 1980 com o rap “Roxanne’s Revenge” e personagem do filme “Roxanne Roxanne”

Roxanne Roxanne” (2017, produzido por Pharell Williams e dirigido por Michael Larnell, na Netflix) conta a história da rapper Roxanne Shante (Chanté Adams), sensação na cena hip hop dos anos 1980. Precoce, ela é considerada a primeira mulher a se destacar na batalha de rimas, com apenas 14 anos, mas sua vida pessoal é bem diferente, numa realidade nua e crua.

Se você como eu é fã de Michelle Obama, não pode perder o documentário “Minha História” (“Becoming”, 2020, na Netflix), baseado na autobiografia lançada em 2018 da ex-primeira-dama dos Estados Unidos. O filme, dirigido por Nadia Hallgreen, enfoca questões raciais e de gênero, e faz um bom retrato de seu papel durante os oito anos de Casa Branca, que terminaram com a vitória de Donald Trump nas eleições norte-americanas.

A diva Tina Turner, hoje com 80 anos, tem sua trajetória contada em filme

De empregada doméstica a rainha do rock’n’roll, Tina Turner tem sua vida contada em “What’s Love Got to Do With It” (1993, na Amazon para compra/aluguel) e também é o nome de um de seus grandes hits. O filme, onde ela é interpretada por Angela Basset, vai de sua infância até o relacionamento abusivo com Ike Turner, passando é claro por sua carreira excepcional. Dirigido por Brian Gibson, é baseado na autobiografia “Eu, Tina: Minha história de Vida” (1986).

“Amazing Grace” mostra a própria Aretha Franklin durante gravação do álbum numa igreja em Los Angeles nos anos 1970

Já a diva Aretha Franklin, considerada a maior cantora de todos os tempos, é tema de “Amazing Grace” (2018, para compra/aluguel na Amazon e no Google Play), também título de um grande sucesso da cantora. A gravação do álbum aconteceu numa igreja em Los Angeles em 1972, e foi registrada pelo diretor de cinema Sidney Pollack. Em meio a problemas técnicos e burocráticos, o filme foi adiado, até porque Aretha Franklin não autorizou sua exibição. Com sua morte em 2018, a família liberou seu lançamento num festival de documentários em Nova York.

Da série “vida de estrela não é fácil”, “What Happened, Miss Simone?” (2015, na Netflix, dirigido por Liz Garbus) retrata o drama intenso e profundo da cantora Nina Simone. Uma lenda do jazz, Nina foi também grande ativista pelos direitos civis dos negros nos Estados Unidos e foi vítima de problemas de saúde mental, um dos motivos de sua conturbada relação com a filha Lisa Simone.

Perto de Nina Simone, Aretha Franklin e Tina Turner, qualquer problema na vida de Beyoncé pode parecer mimimi. Que bom, já que os tempos precisam evoluir! O documentário “Homecoming” (2019, na Netflix) mostra a cantora se preparando para o show no festival Coachella em 2018 e as dificuldades de voltar aos palcos apenas dois meses depois de ter dado à luz. A mistura de show com bastidores conta com várias frases de líderes de movimentos negros e realça seu ativismo como representante do empoderamento feminino e negro.

Lady Reed (de amarelo) é retratada no filme “Meu Nome É Dolemite”, com Eddy Murphy

Meu Nome É Dolemite” (2019, Netflix) mostra a carreira de Rudy Ray Moore, ator e cantor pioneiro do gênero blaxploitation nos anos 1970, interpretado por Eddy Murphy (com figurino mara, de Ruth Carter). Mas chama a atenção o papel da cantora Lady Reed (Da’Vine Joy Randolph), que dada hora revela sua gratidão por se ver representada na telona como mulher, negra e plus size.

Outra vida de pioneirismo e superação é a de C.J. Walker (1867-1919), tema da série de TV “A Vida e a História de Madam C.J. Walker” (Netflix). Nascida ainda no período escravista, ela foi a primeira de seis filhos a nascer livre. A série mostra sua trajetória de lavadeira a empresária de cosméticos para pele negra, dando a ela o título de primeira mulher (independente de ser branca ou negra) milionária dos EUA – um sucesso fenomenal que a levou a ser vizinha de John D. Rockerfeller numa mansão de 34 cômodos.

Então prepara a pipoca e se joga nesta maratona de biografias de mulheres negras muito inspiradoras que ajudam no despertar de consciência para entender e superar o racismo implícito (e explícito) na sociedade até hoje!

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