Alice Potts, a designer que faz arte… de fluidos corporais

03.01.2019

Alice Potts é uma pessoa excêntrica, diferente. Obviamente não em um sentido ruim, mas sim por um lado poético, uma pessoa que deixa se guiar por sua imaginação e dela construir algo inovador. Com seu trabalho, ela questiona uma construção social que relaciona fluidos corporais (tipo suor) como automaticamente sinônimos de sujeira, algo causador de nojo, repulsa.

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Segundo a ciência, o corpo humano contém duas glândulas sudoríparas principais – as écrinas e apócrinas. A primeira é inodora e é a glândula que Alice escolheu estudar; e a segunda é a que secreta gorduras e óleos que vêm de cabelos oleosos, axilas e região da virilha. A designer coletou amostras de suor de peças como camisas de futebol, sapatilhas de balé e outros calçados, extraindo compostos orgânicos dos traços de fluido corporal. Por fim, usou um processo denominado cromatografia que permitiu uma “cristalização”! O resultado é esteticamente superinteressante!

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Além de aproveitar fluidos de terceiros, a inglesa, formada no Royal College of Art de Londres, também passou por uma jornada de autoconhecimento de seu próprio corpo. Ao longo de sua experiência, batalhou pra eliminar todas as bebidas alcoólicas, medicamentos, carboidratos, gorduras e proteínas de sua vida. As mudanças que a rotina de alimentação podem acarretar no corpo humano a fascinaram. E isso também ajudou a designer a superar dificuldades pessoais com distúrbios alimentares, com os quais ela lutou por mais de 8 anos.

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A 1ª série de Alice, “Sweat”, estreou na Bienal de Atenas de 2018, e ela foi convidada pelo Centro Cultural Onassis pra realizar um programa de bolsa de um ano. Veja mais do seu trabalho na galeria – é só clicar na foto!

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