SPFW acaba em diversidade, Mickey Mouse e protesto político

27.10.2018

A marca Água de Coco encerrou a edição 46 do SPFW, que provavelmente vai ser lembrada como a edição pré-eleições pelas manifestações políticas. Nessa sexta, 26/10, uma turma de jornalistas, assessores e fashionistas compareceu vestida de vermelho, se opondo ao candidato Jair Bolsonaro.

Relembre um dos desfiles mais contundentes do SPFW dessa edição: o de Ronaldo Fraga

O desfile de moda praia da marca cearense, que contou com a top Carol Trentini, foi dividido em duas partes. A primeira é focada em brincadeiras com cores: parte de uma cartela pastel, vai pra logomania e estampas tropicais e chega no neon do momento. Blecaute e começa a segunda parte, uma homenagem licenciada ao Mickey Mouse e seus 90 anos (lembra que a gente falou sobre isso?). Essa é a quarta vez que Mickey aparece oficialmente numa passarela de moda em toda sua história, e a primeira no Brasil. As orelhinhas e o vermelho do short inspiram as cores, recortes e volumes dos maiôs e biquínis. No fim, entra Mickey em si, toca música animada do reino encantado da Disney, fumaça de gelo seco, chuva de papel picado dourado… Fofo, mas teve quem achou inapropriado e alienado na atual conjuntura às vésperas de uma eleição complicada, pra dizer o mínimo.

Ao saírem da sala de desfile, as pessoas se depararam com um encerramento mais de acordo: um protesto orquestrado pela artista-estilista Karlla Girotto na forma de um tecido vermelho gigante com buracos, a obra “Divisor” de Lygia Pape, no qual os fashionistas colocavam suas cabeças gritando “Ele não” e “Fascistas não passarão”. Não houve manifestação da mesma proporção, nos corredores ou passarela, pró-candidato do PSL.

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