Os melhores dos novos: A.lu.f, Lucas Leão e Led

24.10.2018

Hoje, 23/10, teve vários desfiles de jovens talentos da moda no SPFW entre Projeto Estufa e o Top 5 do Sebrae e In-Mod. Será que, dado o momento político, eles foram mais antenados (e engajados) que a passarela dos veteranos nessa edição? Sim, mesmo que de maneira indireta! E quais vale a pena você correr atrás? A gente te conta, vem ver!

Na A.lu.f, saia do escritório… pela janela!
A coleção de Ana Luisa Fernandes, recém-formada que acabou de ganhar um prêmio na China, fala dessa dualidade entre o escritório de luz fria em uma realidade opressora e aquilo que agrada, o sonho, o vento que bate nos cabelos, o banho de mar. Sua estética é extremamente delicada apesar de ter muito volume, e os materiais são sustentáveis, como o algodão e poliéster reciclados, fibras naturais como seda tingida com pigmentos naturais e seus já famosos brincos de porcelana. Até os produtos de beleza usados nas modelos têm esse cuidado: a maquiagem da marca Arielle Marimoto, vegana e orgânica; e os produtos Phyto pros cabelos, com 95% dos ingredientes de origem vegetal. Chic!
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Regimes ditatoriais e suas consequências em Lucas Leão
Lucas tem formação em modelagem. Ele abriu sua marca homônima há 3 anos mas, desses, deixou-a de molho por dois pra trabalhar em outras marcas. Agora ele mostra a que veio no Projeto Estufa falando de regimes ditatoriais e focando especialmente no da Coreia do Norte. As formas vêm tanto dos vestidos típicos de lá, o hanbok, quanto dos uniformes mais quadradões, com destaque pro plissado coreano que ele aprendeu e invade as peças, inserido ou jogado por cima como um maxiacessório. Na sequência do desfile, é como se a ditadura fosse um fungo que vai invadindo e dissolvendo as roupas. E sim: é proposital, conversando com o momento que estamos passando pré-eleições. Pertinente e cheio de ideias instigantes em matéria de moda!
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A Led olha pro cabra macho, sim sinhô!
O trabalho de Célio Dias, que pela terceira vez desfila no Top 5, é empolgante porque dá voz a uma turma que dificilmente pinta no SPFW recheado de marcas grandes e compromissadas com vendas. É uma turma ousada, jovem, que não tem medo de se posicionar política e socialmente, que abraça (e é) o “diferente”. Célio sempre discute (e diverge) das divisões caretas de gênero e sexualidade, e dessa vez não é diferente: o seu tema é o nordestino, na figura do “macho” de lá cheia de preconceitos machistas, que obviamente aqui se transforma. Coincidentemente (ou não): é por causa da votação do Nordeste que temos segundo turno nessas eleições. As técnicas se misturam, assim como as cores: tricô e crochê; plástico com estampa feita à mão com caneta Posca; o chapéu vazado de metal remetendo ao chapéu do cangaceiro Lampião. A parceria com a marca de jeanswear Patogê, a ser vendida por eles, traz bordado de linha de maquinário com um dos símbolos da coleção: o chifre de veado, referindo-se à força… do viado, mesmo. Nas costas de duas peças, lê-se: “Bicha arretada“. E na entrada final das modelos, Célio vem atrás balançando uma bandeira de arco-íris e com uma camiseta onde se lê: #EleNão. Se não tinha ficado claro… a resistência gay não vai deitar, não!
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