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oNONO – Casa de Criadores outono-inverno 2011

02.12.2010

1º, pra quem não sabe: Gustavo Silvestre e oNONO são tipo marcas-irmãs, que colaboram entre si e compartilham processos criativos. Então é legal ver como foi o desfile de Gustavo antes de ler esse texto aqui! Isso posto: como essa turma não faz concessões pro considerado “bom gosto” e se propõem, justamente, a desafios estéticos (foi esse mesmo o termo usado por ΛÐ Ferrera pra se referir ao polêmico apoiador Crocs, que estava nos pés dos modelos), é com esse olhar que se encara o outono-inverno 2011 da oNONO. Também foi uma oportunidade de novamente ver as peças da marca “vestidas” – as últimas apresentações foram em formato instalação.

A ideia de brasilidade, de exercício estilístico sem preconceito, não inclui clichês de regionalismo. A referência do Pará, por exemplo, no lugar de um típico bordado ou algo do gênero, aparece em forma de explosão de cores tecnobregas. As estampas giga com pontas e ângulos já fazem a modelagem do look – o corte acompanha o desenho. O máxi, por sua vez, ultrapassa barreiras: tem a camisetona em proporção gigantesca, a jaquetona que praticamente vira um vestido pro menino no look final. O 2º look, estampa de olho em close, avisa: “olha bem”. Talvez você não use o vestido com patch de punhos, mas não usaria o vestido largo de lurex com plissado? E por que não usaria o vestido de patch? E por que não os blazers extracoloridos? “Tudo tem como usar, tudo pode ficar bom”, o estilista explica no backstage. Essa permissividade total pode soar idealista demais pros pouco acostumados com “cabelos encaracolados das cucas maravilhosas”. Mas vale pra abrir a cabeça, pra aguçar os ouvidos: “Muita gente não ouviu porque não quis ouvir. Eles estão surdos!”

(Jorge Wakabara)

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