A Huis Clos apresentou uma coleção de primavera-verão 2011/12 que, palavras da estilista, “não teve inspiração”. Mas diante das roupas que foram passarela adentro a pergunta que ficou ao final do desfile era “inspiração pra quê, mesmo?”. É que, com as referências que Sara Kawasaki tirou de alguns dos filmes que assistiu ultimamente, mais o estilo desta marca que já sabe bem o tipo de moda que faz, não precisou de muito mais. As roupas foram feitas em shapes afastados do corpo, com vestidos retos ajustados por cintos que, por sua vez, também seguravam os modelos tomara-que-caia mais largos no corpo das modelos (algo que ela relacionou com o vazio de informação no contexto dos filmes de David Lynch). As franjas, em aplicações nas mangas e na parte frontal dos looks, também apareceram (e, no caso delas, direto dos westerns de John Ford), acompanhadas por aviamentos metálicos que deixavam o aspecto utilitário para se tornarem adorno. A cartela de cores das malhas e lãs com acabamento acetinado era feita de cinza, marrom e rosa, em seus tons mais áridos (como o clima que Wim Wenders criou para um de seus filmes mais conhecidos). Muitas referências, nenhuma inspiração – e um sucesso. (Antonia Petta)
