Quem viu mais de uma coleção de Gloria Coelho sabe o que ela tem a dizer. Não é que as suas apresentações sejam parecidas, mas sua moda tem uma continuidade que atravessa a periodicidade das temporadas de moda, de 6 em 6 meses, e faz com que cada coleção carregue referências de sua coleção passada. “Não quero fazer uma ruptura a cada desfile. Quem faz isso está fazendo uma idiotice, porque a pesquisa do estilista não acaba no final de uma coleção. Ela sempre continua”, conta no backstage de seu desfile para primavera-verão 2010/11.
Desta vez, sua pesquisa a levou aos sistemas e símbolos. Sistemas de tudo quanto é tipo. “Da biologia, da arquitetura“, explicou, dizendo que a maior parte ela encontrou dentro de si mesma. Há também outras influências: a arquitetura dinâmica do Rotating Builiding (onde cada andar se move individualmente), mais um desenho animado japonês de pegada espiritual. O couture dos anos 60 aparece em releitura de viés futurista. A parte final, com os elásticos listrados exclusivos formando estruturas por cima das roupas, é pura poesia.
