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Giulia Borges – Fashion Rio primavera-verão 2010/11

31.05.2010

Não que a garota romântica e feminina que Giulia Borges tanto gosta tenha dado lugar a outra menos ingênua, dura e vulgar, mas foi quase isso. Depois do bom desfile de inverno, onde misturou delicadamente o hard e o soft, acendendo o fetiche de bonecas cheias de malícia, Giulia migra para o Havaí, investe em referências do surfe e exercita seu lado engenheira com inúmeras geometrias, resultado de complexas construções, nem sempre felizes. A pegada é multicolor, esportiva, gráfica, como nas elétricas roupas de neoprene dos esportes radicais, apesar do início mais contido, em marrom e preto. Bermudas de shape e cós surfista, hibiscus recortados a laser nas camisas curtinhas que, apesar de apostarem na perigosa ideia da barriga de fora, ainda são das peças mais simpáticas da coleção. É interessante o trabalho de laise no neoprene, mas o desenho dos vestidos, complexo demais, com vazados impossíveis de virarem realidade, dá caldo na proposta toda. Estão lá os laços de coleções anteriores, nos vestidinhos rodados, meio deslocados do contexto, mas fofos mesmo assim. Giulia escolheu o cetim como vedete da sua surftrip, o que, a princípio, soava esperto, mas o resultado desmentiu as expectativas, com versões empobrecidas demais para salvar a idéia. Nem parecia a mesma estilista da temporada passada. (Sylvain Justum)

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