Eu acho que eu já vi essa estampa antes – mas, para a coleção de outono-inverno 2011 da Filhas de Gaia, isso não é necessariamente algo ruim. É que foram de lugares como uma gravata vintage garimpada em um brechó e a foto do teto de um salão dos anos 1930 que saíram as estampas da marca. Elas entraram na passarela pelas portas colocadas ali, numa uma cenografia que remetia a um hotel antigo com atmosfera de suspense. O que se viu entrar foram modelos com peças de roupa cortadas nos moldes da alfaiataria masculina e costuradas em tecidos com a fluidez e movimento tipicamente usados em vestidos femininos (e os dessas hóspedes eram longos, no comprimento-tendência). A cartela de cores era do tipo atualizada e foi do cinza ao preto, passando pelo camelo e verde escuro. Os tecidos eram o cetim, musseline e georgete de seda, mais outros próprios de alfaiataria. Juntos, fizeram uma mistura sexy e dark.
O conjunto de camisa + calça reta e ampla da mesma cor, o tal do novo paletó-do-namorado, as saias com cintura lá em cima e barra lá em baixo – estava tudo lá. Não existe segredo nesse suspense mas, mesmo assim, é uma coleção que dá vontade de usar. (Antonia Petta)
