As peças de roupa que Fernanda Yamamoto cria são tão artísticas que fazem a palavra artsy ficar bobinha quando está perto delas. Por isso é que quando a estilista olha para o círculo para criar sua nova coleção, elas saem assim; feitas de modelagens circulares e de outras referências menos literais, nas estampas e texturas criadas em suas belas experimentações têxteis. Essas, apareceram na forma de gaze de seda com inserção de lã e feltro (um trabalho que ela já havia começado lá na temporada passada); no washi-ê, técnica que une as fibras de papel com tramas de linhas; e em alguns tecidos que ela trouxe de fora do país, como seda e a renda cortada à laser – que só ficaram prontos para entrar na sua coleção depois de modificados, através do tingimento manual. Assim, o outono-inver no 2011 que Fernanda Yamamoto propõe vem cheio das misturas, criando texturas novas a partir da sobreposição de materiais (que, às vezes, ficam expostos por conta de uma tranparência ou outra), em shapes livres de quaquer marcação com base no corpo. E o que há, pontualmente, de invernal aqui? A cartela de cores, que começa escura e ganha um ponto de luz com o amarelo-limão, e os comprimentos, longuetes como pede a tendência. (Antonia Petta)
