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Fernanda Yamamoto – SPFW primavera-verão 2010/11

15.06.2010

Quem se inspira em SP pra fazer uma coleção pode usar formas geométricas frias, cores do concreto, poluição. Ou pode falar sobre o que SP significa no seu íntimo – porque, sim, tem muita gente que ama a cidade e vê poesia que não é dura nem concreta em suas esquinas. Fernanda Yamamoto estreou no line-up do SPFW com uma coleção difícil e sem concessões: não existe aqui o vestidinho que vai sair na capa da revista de edição especial de Réveillon nem aquela peça básica. Mais conceitual que nunca e sensível como a gente sempre desconfiou que era pelos seus trabalhos anteriores, Fernanda colocou pedaços de lã dentro de gaze de seda, incluiu volumes formados com moulages, transparências que se dobram e formam camadas de sentimento, cor e mistério. SP não é uma: cada sobreposição é uma história, cada esquina é um ambiente diferente. Aqui o caos é bonito, feito de fios coloridos. A trilha merece menção especial: Paulo Beto fez sinfonia de sons urbanos que ajudaram a embalar o lirismo. Já a disposição da sala prejudicou: seria ainda mais lindo ver as roupas de pertinho. (Jorge Wakabara)

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