Weider Silveiro outono-inverno 2015

28.10.2014

Weider Silveiro explicava no backstage que essa sua coleção de outono-inverno 2015 apresentada na Casa de Criadores é mais comercial. Em que sentido? “Tentei limpar, não tem mais óculos, não tem mais firula. E as peças são mais próximas do corpo da mulher, mais justas…” É verdade: o 1º look, em couro sintético, de manga até o cotovelo, gola ligeiramente alta, fechado e mídi, sugere uma simplificação interessante, à minimal anos 90. Só que mais interessante é o que se segue, 1º porque tem coisas na passarela que muitos não considerariam tão comerciais assim, como a assimetria nos tops e a blusa de tricô de mangas longuíssimas, desabadas. E 2º porque o que se antevê é uma conversa cada vez maior entre o lado superminimalista que o estilista gosta de explorar hoje (ainda na referência de sua trilogia branca da primavera-verão 2012/13, outono-inverno 2013 e primavera-verão 2013/14) e um lado supermaximalista que ele procura deixar bem encolhido mas que já mostrou sua incrível forma no outono-inverno 2010, por exemplo, na coleção em homenagem a Michael Jackson. Esse toquezinho máxi hoje se denuncia na vontade de bordado (ainda que geométrico e ainda bem sutil, em recortes menores e só num look tomando todo o cenário), na escolha do pink e do roxo pra compor com o branco e preto… Pistas de desejo, escapadelas.

Alguns looks (como o segundo, de transparência, assimetria, saia de tricô e escarpin pink) e algumas peças (como a calça de tricô flare) realmente tem o potencial de despertar desejo pronunciado – como talvez poucas vezes Weider tenha apresentado em sua passarela, por ser tão fã de experimentações e riscos. Mas esses finos equilíbrios não deixam de ser um exercício e um desafio pro estilista. E também entregam belos resultados. (Jorge Wakabara)

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