Virgil Abloh chega na Louis Vuitton mudando tudo!

21.06.2018

A Gucci estava toda cheia de si, com Balenciaga logo atrás e crescendo pencas, mandando no bonde da moda. Ambas são do grupo Kering, e o concorrente LVMH estava ficando pra trás. Mas não por muito tempo: com a mudança de Kim Jones saindo da Louis Vuitton masculina pra Dior Homme (tem desfile de estreia ainda nessa semana) e Virgil Abloh, o queridinho do momento via Off-White, assumindo o seu lugar, criou-se um novo hot ticket e um contraponto pro maximalismo gucciano. E Virgil pra Vuitton não chega tateando: sua apresentação de primavera-verão 2019, que acabou de rolar na Semana de Moda Masculina de Paris, é cheia de marra, de casting com muita diversidade étnica e uma mudança clara de direção criativa. O clássico monograma, por exemplo: quase não se vê. E o clima não é tão street assim como muitos poderiam esperar… Então, como foi? 

Os motes principais são o utilitarismo cheio de bolsos e o minimalismo, o oversize, o tie-dye (!!!), o jeans. Bem anos 90! No fim, aparecem citações ao “O Mágico de Oz” com direito ao campo de papoulas e Dorothy (Judy Garland) no meio, adormecida (dizem que originalmente isso é uma referência ao ópio), os quatro personagens principais na estrada de tijolos dourados e o último look, bem prateado, referência ao Homem de Lata e sua busca por um coração. 

Chamam a atenção também o uso das cores. O começo é totalmente branco, um simbolismo de tela a ser pintada e também do branco alvo dos tênis do universo street: pra ser fresh é preciso que ele seja de um branco imaculado (por mais que Demna Gvasalia tenha tentado nos convencer com seu Triple S Balenciaga que já vem sujinho). O branco total é ostentação, mostra que a coisa é nova, recém-saída da caixa. Depois os neutros ganham companhia de tons neon (tendência que começou com a Prada na temporada passada); chegam nos manchados à tie-dye; e desembocam numa importante família de vermelhos, coincidentemente cor da Supreme, que fez uma parceria superbem-sucedida com a Vuitton recentemente. Também é a cor dos sapatinhos de rubi de Dorothy, pros quais ela apela pra voltar ao seu lar no Kansas.

Metáfora pro começo de uma nova jornada? Sugestão de ligação entre o mundo encantado da moda e o do mágico de Oz, que na verdade é uma farsa? O importante é que a estreia é ótima e sim, deve formar filas na Vuitton, peças esgotadas etc. Que o caminho dourado de Virgil, um dos únicos estilistas negros a ocupar um cargo importante na indústria do luxo (ao lado de Olivier Rousteing da Balmain e pouquíssimos outros) esteja apenas começando…

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