Valentino (masculino) primavera-verão 2018

22.06.2017

Existem misturas na criação de moda que acabam ficando forçadas. Sabe quando um estilista pensa em mixar Janis Joplin com anos 20, coisas assim? O resultado pode até gerar roupas desejáveis, mas paira uma sensação de estranhamento. Então, quando Pierpaolo Piccioli mistura o universo esportivohipstermillennial com o já típico étnico da Valentino nessa primavera-verão 2018 apresentada na Semana de Moda Masculina de Paris, o que rola com a engrenagem pra ela ficar mais azeitada e orgânica, menos forçada? Bom, primeiro que Pierpaolo sabe trabalhar com elementos étnicos muito bem – discussões de apropriação cultural à parte, o trabalho de ateliê da casa é lindo. Então, quando você já tem um universo estético, fica fácil levá-lo pra outras praias. Mas o que parece mais provável ainda é que, acima do hipster e do tribal, o estilista explorou clássicos do guarda-roupa masculino. A calça chino. O conjunto de jogging. A camisaria (que ganha uma faixa na gola – prima do laçarote da Gucci, mas mais elegante, caída displicentemente, nonchalance). A listra esportiva (na lateral da calça, assimétrica no casaco). Com uma base segura e bem amarrada, a “perfumaria” nada de braçada: o logo antigo VLTN, que poderia ter saído da passarela da Vetements; o cinto-faixa de miçangas que acaba em franja, penduradinho; os tênis superenfeitados. Veja mais na galeria!

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