Essa estreia no calendário de moda paulistano da Pat Bo também marca uma evolução da marca em vários sentidos. Agora ela faz parte de um grupo de moda no qual toda a indústria está de olho, com potencial pra ser muito mais poderoso do que já é: o Nohda, que ainda traz a marca homônima Patricia Bonaldi mais Apartamento 03 e Lucas Magalhães. E a Pat Bo em si acompanha esse crescimento: acrescenta informações novas em seus códigos, comete ousadias sem esquecer sua essência, e assume de vez o papel de marca mais jovial, mais adaptada aos ciclos cada vez mais rápidos da moda e mais apta a irradiar manias entre as garotas.
Inspirada na mitologia celta pra esse outono-inverno 2015, a Pat Bo mostra, por exemplo, o comprimento mídi, bem no meio da canela, pouco comercial (porque achata sem dó a silhueta da mais baixinha ou mais gordinha) mas extremamente fashion (talvez porque só fique bem em algumas felizardas mortais, mesmo…). O efeito na passarela é imediato – mas Patricia, esperta, não esquece de incluir o curto que as suas clientes já adoram (ele também se moderniza com um “falso” plissado, tipo faixas que formam pregas) e até o longo (tem um vestido e, melhor de tudo, casacões longuíssimos, que parecem ser o moderno da vez – apareceu na Animale também). De perto, tudo continua precioso: fora os bordados incríveis que a gente já esperava, tem tweed, lã, veludo… Muito pesado pro inverno tropical brasileiro? Não se esqueça que a Pat Bo exporta. Destaque: o look que traz o mesmo desenho de arabescos em pedraria no vestido, em estampa no casaco e em bordado de linha no sapato desenvolvido por Luiza Barcelos, tipo um conjuntinho mais sofisticado.
Com suas autodescrições do momento atual da Pat Bo no backstage, a estilista dá pistas de onde quer chegar: “Sóbria, mas divertida. E zero minimalista“. Ou seja: o sapato é sem salto, mas o normcore passa longe! (Jorge Wakabara)
