Egrey primavera-verão 2016/17

24.11.2016

Na entrada da Galeria Central na Vila Madalena, telas transmitem vídeos pra você já ir mergulhando no universo criativo da Egrey, que pela 1ª vez faz uma apresentação de uma coleção em formato desfile. Um deles é bem revelador a respeito de referências do estilista Eduardo Toldi: cenas do fashion cult “Qui êtes-vous Polly Maggoo?” e do ensaio fotográfico de “Blow Up – Depois Daquele Beijo“; Oscar Niemeyer desenhando; a marquise de Paulo Mendes da Rocha na praça do Patriarca; um close numa cadeira criada por Lina Bo Bardi… Esse clima dos anos 60 que misturava desejo de uma roupa, uma arquitetura e objetos do futuro mais uma elegância arrojada tem tudo a ver com a marca paulistana que começou especializada em tricô mas que hoje também conta com uma alfaiataria superimportante, correspondente a 50% de suas vendas.

A coleção nova em si, que Eduardo faz questão de afirmar que vai 100% pra loja (ou seja, não é um desfile de “imagem de moda” que depois é traduzido em algo mais comercial), também tem um lado esportivo (a parka mais as blusas e a calça com o recorte-listra em branco), street (no espírito de Larry Clark via “Kids“, com formas amplas e um jeito casual de combinar as peças, na boa mochila) e anos 80 (via “Stranger Things” em cores e formas). Mas o sessentismo e o modernismo (no design que se preocupa com o mix forma e função) são o que mais se sobressaem. “É pra uma mulher que trabalha mas que não usa um ‘uniforme’, que quer uma roupa do dia-a-dia mais interessante”, Dudu explica, ressaltando o toque confortável, uma sensação de acolhimento “que é negligenciada no dia-a-dia”. Resultado: chic, na medida, atual. As roupas chegam no mês que vem nas araras. (Jorge Wakabara)

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