Doisélles primavera-verão 2017/18

25.11.2017

A gente é bem próximo da Raquell Guimarães e sabe que ela quase desistiu de desfilar a moda de sua Doisélles no Brasil Eco Fashion Week. Bobagem: além do cunho social da marca que capacita e contrata mão de obra na população carcerária, ela está crescendo no quesito design. Do seu desfile no Minas Trend pra cá, em um pouco mais de um ano, Raquell injetou cor, um mix maior de produto (short, top, blusa, saia, vestido) e um clima mais jovial no seu tricô. A coleção se chama “Vamos Falar de Flores” e a ideia é trazer mais otimismo: “Entender o caos, a dor do crescimento, mas crescer com alegria”, ela explica. “Escolhi pra trilha a versão de Marisa Monte pro samba de Cartola ‘Preciso me Encontrar’ porque acho que o Brasil está assim nesse momento. É uma fase de reconstrução, e a Doiselles trabalha com presidiários. A cadeia também é um lugar de reconstrução, o ideal é que ela funcione assim. É o lugar onde você diz: ‘Deu ruim, OK, agora é hora de reconstruir’. Então quero transformar essa energia do país em energia de crescimento, que é o oposto da depressão, do encolher”. 

Os pompoms, bem latinos, vieram do Peru – são feitos por população carcerária de lá. E entre os pontos mais abertos nos fios de algodão orgânico, vãos e pele exposta, a Doisélles parece abraçar uma brasilidade maior, ou até uma latinidade calorosa. Que bom que Raquell se convenceu a ocupar esse espaço na passarela do BEFW – pra ambas as partes! (Jorge Wakabara)

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