Dior primavera-verão 2017

30.09.2016

Esgrima e feminismo: esses são os dois motes pro primeiro desfile com direção criativa de uma mulher em uma das casas de moda mais tradicionais do mundo, a Dior. É também a estreia de Maria Grazia Chiuri na marca, e a 1ª vez que a gente vê o que é um desfile só dela, sem o companheiro Pierpaolo Piccioli que ficou na Valentino. E se uma mudança de estilo era esperada de Raf Simons pra cá, ela de fato aconteceu: Maria Grazia tem mão firme no estilo e dá sua versão pra Dior sem pestanejar, com um pé na praticidade e outro no desejo (ou um pé no yang e outro no yin?).

Primeiro elemento importante: a esgrima é um dos únicos esportes no qual o uniforme é o mesmo tanto pra homem quanto pra mulheres. Ele também é um jogo interessante de defesa e ataque: você precisa tocar o adversário com a sua lâmina antes que ele te toque. Antes do desfile, no backstage, Maria Grazia ainda acrescentou que ela queria criar moda “que combine com a mulher de hoje, que corresponda às mudanças de suas necessidades, livre de categorias estereotipadas de masculino e feminino”. Entra no jogo também referências ao New Look clássico da Dior e o livro da nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie “We Should All Be Feminists” (frase que aparece em uma das camisetas). E o mais instigante: apesar do discurso e do começo com a modelo Ruth Bell mais andrógina que nunca, o que também se vê na passarela é uma pegada bem feminina em tules, tomara-que-caia e alcinhas; uma onda mística de simbologias de cartas de tarô; transparências delicadas. Existe também o lado mais yang da jaqueta de motoqueiro-esgrimista, da camiseta slogan à Katharine Hamnett, as sapatilhas pé no chão em preto. O desfile parece ter sido bem recebido por público e crítica – resta aguardar pra ver se ele vai significar boas vendas! E você, gostou?

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