O vasto continente africano, via o trabalho da fotógrafa Jackie Nickerson, faz a cara dessa primavera-verão 2017/18 da Coven apresentada no SPFW com um cenário bem belo de Greta Cuneo, de areia e carvão no chão formando círculos. Mas não é só a cenografia que enche os olhos: as roupas desconstruídas, torcidas, com nós e sobreposições, são sofisticadas e ao mesmo tempo relaxadas (o fio de linho na malharia, por exemplo, ajuda nessa versão bem soft). O efeito amassado vem do fio de cobre na mistura e os barrados franjados, assim como a ráfia sintética, dão um charme a mais. E o efeito plastificado? E os “acessórios de corpo”, grandes tressês com bolinhas de pedra ágata, madeira e lava vulcânica, de Rosa Tolentino? E os sapatos da Nuu Shoes? Esses têm uma história ainda mais inusitada: o plástico é aquele tensionado pra fazer exercício de academia, sendo que cada cor é um grau de resistência! Ou seja, algumas cores estavam mais resistentes que outras! Até nisso a moda da Coven é interessante. E a marca acerta inclusive em fazer as modelos não andarem em linha reta. É na curva (ou fora da curva) que a mágica acontece. (Jorge Wakabara)
