Antes, Sharon Azulay dividiu funções com o primo Thomaz na Blue Man que herdou de seu pai David – ele criava, ela administrava. Agora, aos 24 anos (sim, ela tem só 24 aninhos), a herdeira assume as duas funções e volta às passarelas do Rio Moda Rio mostrando que tem força pra carregar esse manto: “Estou sozinha em uma empresa que não é pequena e em um mercado que não é fácil”, ela reconhece no backstage, antes do desfile começar. Mas, como uma guerreira, mostra suas armas – o ambiente da fábrica já inspira instalação montada na sala e a trilha sonora cheia de sons incidentais no começo. E entre máquinas e recortes de lycra, no lugar de mais uma vez visitar a fauna e a flora brasileiras como é de praxe pra marca, Sharon faz uma viagem por outros países pra mostrar o que de tropical e parecido com a gente tem na Austrália, na Ásia, no México, nas Antilhas: vai pra um close nos espetos do abacaxi; pra orquídeas que, recortadas da estampa, viram acessórios; pra franjas nas perneiras meio indígenas meio street meio glam.

A apresentação ainda começa num terreno mais do DNA: a moda praia jeans, onde tudo começou, em diversas peças, inclusive num bom tressê com desfiado. A sunga, olha no Marlon Teixeira, diminuiu outra vez (uuuui); o biquíni às vezes é de lacinho mas as moças de hoje (Sharon sabe porque é uma delas) querem dar close no Insta com um maiô babado de recortes estratégicos (o de Marcelia Freesz, com tule dando ilusão de desafio contra a gravidade, é chocante). E entre o matelassê off white e os macramês, a neoestilista começa, aos poucos, a mostrar que quer ir muito além dos estampados. Pra animar ainda mais, o Dream Team do Passinho faz participação especial em pocket show no fim – a cara da família Azulay, né?! (Jorge Wakabara)

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