Anne est Folle outono-inverno 2018

06.10.2017

A Anne est Folle chega um pouco mais calma pra esse outono-inverno 2018, ao menos aparentemente: toda a efusão de estampas e fluidez está mais contida, assim como a trilha sonora – adeus, funkzão. O foco cai mais na roupa, que mistura a malharia gostosa com casacos longos mais estruturados, tweed resinado, tricô de cashmere, jacquard, tie-dye “de verdade mesmo” feito à mão, ponto cruz (na calça coloridona). Uma coisa que inspirou bastante a marca é o controverso trabalho digital de David Hockney, no qual o artista deixou o pincel de lado pra criar direto na tela do computador. A estamparia aqui deixa a gente na dúvida: o que foi (e o quanto foi) desenvolvido em software e o que primeiro era tinta? Metade de cada? Só uma dessas opções? E nesse contexto de moda, isso importa? São questões bem interessantes. Também vale destacar os broches e o styling de Thais Mol que deixa tudo mais street com tênis, capuz e as pinturas no rosto meio guerrilha urbana assinadas por Ricardo dos Anjos. O caminho que a marca toma é bom, mas talvez seja interessante pensar em uma variedade maior de comprimentos e de modelagens que acompanhe a variedade maior de material, sem perder de vista esse mídi confortável que já é a cara da Anne est Folle. (Jorge Wakabara)

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